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Pai reconhece filho e impede que sua história se repita
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Menos de três meses se
passaram desde que Robervaldo da Silva, 33, deu o
sobrenome ao filho Lucas,
8, e evitou a repetição de
sua história por mais uma
geração. Filho de pai não
declarado, Robervaldo
voltou para o Piauí logo
depois de a mãe de Lucas
engravidar. Perderam o
contato por anos. "Ele não
tinha o Silva no nome e ficou feliz. Ser filho de pai
não declarado chateia
muito."
Moradora de uma cidade-satélite de Brasília,
Eliete Cavalcante de Oliveira, 33, ainda hesitou
quando ouviu as notícias
de um mutirão para reconhecimento de paternidade de alunos do Distrito
Federal. "Vi um monte de
crianças", disse. Ainda assim, convenceu as três irmãs -Elisete, Elisa e Elaine- a levar o pai, de 88
anos, a reconhecer a paternidade. Agora, seu problema é escolher entre os dois
sobrenomes herdados da
mãe e os dois novos ganhos do pai: Lira da Silva.
Eliete acha que vai deixar
o Silva de lado.
"Nada sobre meu pai" é
o nome do documentário
preparado pela cineasta
Susanna Lira, de 37 anos.
Apesar de não ser uma autobiografia, ela se identifica com a história dos personagens do filme. Susanna só sabe que nasceu de
um namoro de quatro meses da mãe com um equatoriano na época do regime militar. Não há pistas
do destino nem da a identidade do pai.
"Não me vitimizo, mas a
ausência do pai é um vazio
que não é preenchido, é
parte do significado da
existência que você não
consegue entender", diz.
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