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1 em cada 4 carros da guarda civil está parado
São pelo menos 140 veículos que deixam de ser usados na ronda escolar e no combate ao comércio ilegal no centro de SP
Prefeitura diz que é normal ter parte dos veículos parados à espera de manutenção e diz que a intenção é terceirizar a frota
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos um em cada quatro carros da frota da GCM
(Guarda Civil Metropolitana)
está parado em pátios em vários pontos da capital paulista.
No total, segundo a própria gestão Gilberto Kassab (DEM), são
140 veículos, de uma frota total
de 555, que deixam de ser usados para ajudar no patrulhamento de escolas, de prédios
públicos e no combate ao comércio irregular.
A prefeitura admite que 120
desses 140 veículos, a maioria
modelos Siena e Corsa, estão
parados à espera de manutenção. Outros 20 carros, ainda segundo a prefeitura, ficam sem
uso na Inspetoria da Sé para
substituir veículos que possam
ter algum tipo de avaria durante operações na região central.
A Folha esteve em pelo menos quatro locais usados pela
GCM para guardar os veículos
e constatou 85 deles parados.
Na Inspetoria da Sé, a reportagem encontrou 23 carros
-muitos empoeirados e com a
aparência de estarem parados
havia um bom tempo. São esses
os veículos que a prefeitura
chama de reserva técnica.
Em junho deste ano, a prefeitura assinou contrato para alugar 196 veículos ao custo de
R$ 486.500,00 por mês. Na
época da assinatura do contrato, a prefeitura informou que
os novos veículos iriam reforçar a atual frota da GCM.
Edsom Ortega, coordenador
de segurança urbana do município, nega que a GCM tenha
carros abandonados ou parados por muito tempo. Segundo
ele, é "normal" uma administração pública ter até 30% de
sua frota à espera de conserto.
Porém, ele diz que esse índice
deve ser menor, por isso a intenção é terceirizar toda a frota
justamente para evitar problemas como esses.
Assessores de Ortega, que
acompanharam a Folha em
uma visita aos pátios da GCM,
disseram que "varia muito" o
tempo que cada veículo fica parado à espera de conserto.
Gasto excessivo
Silvana Zioni, professora de
planejamento urbano da Universidade Mackenzie, afirma
que ter mais de 10% dos veículos parados pode representar
um gasto excessivo.
Já o professor de logística da
Universidade Metodista, Fulvio Cristofoli, diz que as empresas de aluguel de veículos aceitam, por exemplo, que apenas
5% de sua frota fique parada à
espera de manutenção.
O sindicato dos guardas-civis
diz que o número de veículos
parados é maior: 159. Segundo
Carlos Augusto Sousa, vice-presidente do sindicato da categoria, depois que a prefeitura
decidiu começar a terceirizar a
frota da GCM, muitos veículos
próprios, mesmo em boas condições de uso, simplesmente
deixaram de ajudar no patrulhamento -até mesmo por falta de pessoal.
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