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Polícia ouve colegas do pai de meninos mortos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil interrogou ontem em Ribeirão Pires (Grande
SP) colegas de trabalho do vigilante João Alexandre Rodrigues, 40, preso ao lado da mulher, a dona-de-casa Eliane
Aparecida Rodrigues, 36, sob a
acusação de ter assassinado e
esquartejado os irmãos Igor
Giovani, 12, e João Vítor, 13, filhos de Rodrigues em um outro
relacionamento.
Segundo a polícia, a madrasta
confessou que ela e o marido
mataram Igor e João Vítor na
última sexta-feira e depois tentaram dar fim aos corpos. Ela
teria dito que Rodrigues os asfixiou com um saco e teria dado
detalhes sobre como ambos foram esquartejados. Rodrigues
nega ter matado os filhos.
A polícia também interrogou
ontem um filho de Eliane.
Thiago, 19, é técnico em informática e foi ouvido na delegacia
das 13h às 17h. O interesse da
polícia é traçar um perfil psicológico da sua mãe.
Thiago disse que morou com
o casal preso até o início do ano,
mas que se mudou para a casa
de um tia. No período de convivência com os meninos Igor e
João Vitor, ele disse à polícia
ter visto o pai deles os agredir
"uma, duas vezes".
Conselho tutelar
O crime ocorreu dois dias depois de as crianças terem sido
levadas à delegacia por um
guarda-civil que as encontrara
abandonadas na rua. O conselho tutelar foi acionado, mas
elas foram devolvidas à família.
Desde 2005, há registro na
polícia e no Conselho Tutelar
de denúncias das crianças contra o casal por negligência e
maus-tratos.
As crianças ficaram quase
nove meses internadas em um
abrigo de Ribeirão Pires e voltaram à casa do pai em janeiro
de 2008. A família foi acompanhada por uma assistente social e por psicólogos.
A Corregedoria do Tribunal
de Justiça de São Paulo vai investigar se houve falha em relação às medidas adotadas em relação aos meninos pela Vara da
Infância Juventude e pelo Conselho Tutelar.
Os funcionários do Conselho
Tutelar de Ribeirão Pires que
atenderam os irmãos dois dias
antes do crime serão ouvidos
pela polícia hoje.
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