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País tem lei avançada, mas não a cumpre
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil foi apontado neste ano
pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o país com a
legislação mais avançada das
Américas para pessoas com deficiências, seguido pelos Estados
Unidos e pelo Canadá. Há, no entanto, uma grande distância entre
as leis e a realidade do dia-a-dia
dos deficientes.
"A maioria das leis não são
cumpridas pelos governantes",
diz Ana Maria Barbosa, da Rede
Saci, organização não-governamental de difusão de informações
sobre deficiência. "Falta fiscalização do poder público e conscientização da população, que, em
ações isoladas -como usar uma
vaga para deficientes num estacionamento- dificulta a vida de
muita gente."
Para ela não basta que Estado e
prefeitura façam sua parte. É necessário que as novas gerações sejam educadas para respeitar os direitos dos deficientes. "É comum
as pessoas colocarem vasos de flores ou latas de lixo bem na entrada
de rampas para cadeirantes, nas
calçadas. Não fazem por mal, mas
porque não foram instruídas sobre a importância do equipamento para quem precisa", acredita.
Barbosa cita outro exemplo
clássico de falta de atenção ao deficiente. "Muitos banheiros adaptados não têm as barras de apoio
na altura adequada, o que, na prática, impede muita gente de usar.
Outros têm a porta abrindo para
dentro, o que impede algumas cadeiras de roda de entrar ou então
a porta de fechar corretamente. E
todo mundo merece privacidade
nessa hora."
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