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TRANSPORTE
Estado quer levar ramal Paulista ao Sacomã investindo R$ 205 milhões por km, metade do valor gasto há 10 anos
Metrô reduz preço para expandir linha 2
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Metrô de São Paulo quer estender a linha 2-verde, da Ana Rosa ao Sacomã, na zona sul, por
praticamente metade do preço
por quilômetro gasto na implantação do ramal, há dez anos.
A continuidade da linha Paulista está contratada pela administração estadual desde 1991, mas
não saiu do papel por falta de verbas e críticas sobre os valores das
primeiras seis estações, entre Clínicas e Ana Rosa, que superaram
R$ 390 milhões por km, segundo
valores atualizados pelo Metrô.
Para chegar ao Sacomã, os contratos firmados naquela época
com as construtoras CBPO, Camargo Correa e Andrade Gutierrez levariam hoje a um gasto adicional de R$ 260 milhões por km.
Mas os técnicos do Metrô fizeram mudanças nos projetos, renegociaram os valores com as
empreiteiras selecionadas e propõem agora fazer mais quatro estações da linha 2-verde a um custo de R$ 205 milhões para cada
um dos 5,1 km previstos -queda
de 47% em relação às despesas de
implantação e de 21% em relação
ao preço contratado na licitação
para a continuidade do ramal.
A intenção da companhia é entregar as estações Chácara Klabin,
Imigrantes, Ipiranga e Sacomã
em duas fases, com término no
segundo semestre de 2006.
A construção elevaria em mais
de 70% a extensão e a demanda da
linha 2-verde, também batizada
de Paulista, por atravessar a avenida mais famosa da cidade.
A renegociação dos valores com
as construtoras, concluída neste
ano, superou um dos principais
obstáculos da obra, que é promessa de campanha de Geraldo Alckmin. Ele tenta, agora, garantir os
recursos para começá-la em 2003.
No último dia 24, foi formalizado no BNDES um pedido de enquadramento do projeto para a
obtenção de financiamento. Se os
limites de endividamento do Estado não permitirem adquirir os
valores totais da obra, a administração do Metrô cogita fazer, inicialmente, apenas as estações
Chácara Klabin e Imigrantes -e,
durante a construção, buscaria a
verba para as duas restantes.
O Metrô também tem outros
projetos de expansão da malha,
hoje de 58,6 km, mas a extensão
da linha 2-verde é uma das que
mais despertam a expectativa dos
técnicos porque pode ter as obras
iniciadas de uma hora para outra,
já que os projetos estão prontos e
as empresas estão contratadas há
mais de dez anos -não sendo
preciso fazer licitação.
"É sair a verba e dar a ordem de
serviço que, em 30 dias, dá para
começar", afirma Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes Metropolitanos, para quem a
construção deve ter início já no
primeiro trimestre de 2003.
Se esse cronograma for seguido,
ela terá chances de sair até mesmo
antes da linha 4-amarela (Luz-Vila Sônia), que, embora já possua
os financiamentos internacionais
contratados, ainda não terminou
a sua fase de concorrência.
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