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SAÚDE
Principal objetivo é atingir populações mais carentes
Ministério troca palestras por teatro para informar sobre Aids
AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A JOÃO PESSOA
Fazer palestras sobre Aids cansou. Nem quem fala nem quem
ouve aguenta mais. Essa foi uma
das razões que levou o Ministério
da Saúde a investir no teatro como forma de sensibilizar e informar as pessoas.
A outra razão tem a ver com o
aumento de grupos em todo o
país que vem empregando o teatro de rua para fazer prevenção. A
2ª Maratona de Teatro em Aids,
iniciada na quinta-feira em João
Pessoa (PB), reuniu 120 atores de
19 grupos de 12 Estados. Três
eram de São Paulo, capital, e quatro, da própria Paraíba.
Na noite da abertura, um cortejo que misturava "comedores de
fogo", atores, dançarinos, palhaços e meninos músicos foi seguido por centenas de pessoas.
Uma pesquisa encomendada
pelo próprio ministério e apresentada no congresso de Aids em
Havana, no mês passado, mostrou que o teatro é um importante
"recurso de aprendizagem", especialmente para as populações de
menor escolaridade. "As pessoas
se identificavam com os personagens, se envolviam com as histórias e, depois da peça, se lembravam de cada detalhe", diz a psicóloga clínica Vera Lúcia Moris, da
PUC de São Paulo, que realizou o
estudo para o ministério.
A pesquisa foi feita com 43 homens e mulheres, jovens e adultos, convidados a assistirem diferentes peças apresentadas na 1ª
Maratona de Teatro realizada em
2002 em Campo Grande (MS).
"As pessoas diziam que a palestra
era "monótona" e a TV "não mostrava a verdade", enquanto o "teatro não pára nunca" e mostra como as "coisas devem ser feitas"."
Após 21 anos de epidemia e o
desgaste sofrido pela informação
racional, o teatro está sendo usado para "pegar pela emoção". "O
teatro tem impacto maior nas populações mais simples e nas do interior, onde a Aids vem crescendo
mais rapidamente", diz o médico
Ranulfo Cardoso Júnior, coordenador de DST-Aids da Secretaria
de Saúde da Paraíba, que co-patrocinou o evento. "O impacto de
ONGs que usavam teatro como
meio de linguagem chamou a
atenção do ministério", diz Leonardo Guirao Júnior, da Coordenação Nacional de DST-Aids.
Anteontem, três grupos se apresentaram na rodoviária de João
Pessoa. Um deles, o Teatral de
Risco, de Campo Grande, mostrou a peça "João Cuiudo Contra
o Bicho Dstsudo", montada para
moradores de assentamentos.
O jornalista Aureliano Biancarelli viajou
a convite do Ministério da Saúde e do
governo do Estado da Paraíba
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