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"Moderno demais", templo demorou a ser sagrado em BH
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A igreja de São Francisco de
Assis, em Belo Horizonte, primeira edificação religiosa projetada por Oscar Niemeyer, demorou 14 anos para ser consagrada pela Igreja Católica.
Quando a obra foi concluída,
em 1945, a Arquidiocese de Belo Horizonte considerou o templo moderno demais, fora dos
conceitos tradicionais e, portanto, incompatível com o culto religioso.
Até a sagração, em 1959, foram muitas as críticas lançadas
sobre o conjunto da obra, que,
além das curvas projetadas por
Niemeyer e da torre sineira fora
do corpo da igreja, foi enriquecida por afrescos, azulejos e
painéis pintados por Cândido
Portinari (1903-1962).
Portinari retratou cenas da
vida de são Francisco, representando um santo irrealista e
de mãos desproporcionais.
A igreja foi a última construção do conjunto arquitetônico
da Pampulha projetado por
Niemeyer, a pedido do então
prefeito da capital, Juscelino
Kubitschek -o cassino, a Casa
do Baile e o Iate Clube compõem o conjunto. E, até a sua
sagração, ela ficou quase relegada ao abandono.
Dom Antônio dos Santos Cabral, arcebispo de Belo Horizonte, se recusava a benzê-la.
Anos depois, a igrejinha passou
a ser palco das missas dominicais celebradas pelos bispos sucessores de dom Cabral.
(PAULO PEIXOTO)
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