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ENTREVISTA
HC-USP estuda benefícios dos fitohormônios
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos quatro estudos clínicos com fitohormônios (hormônios extraídos de plantas) estão sendo iniciados pelos serviços
de ginecologia e de gastroenterologia do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo. Todos vêm testando as isoflavonas,
um hormônio presente na soja.
O objetivo é avaliar os benefícios desses hormônios naturais
em mulheres na menopausa, o
que pode significar uma alternativa para a TRH, a terapia de reposição hormonal sintética.
Os pesquisadores vêm empregando produtos já presentes no
mercado, que se diferenciam nas
suas formulações, composições e
formas de extração. Quase todos
são concentrados de soja em forma de cápsula.
Um deles, desenvolvido por
pesquisadores da Escola Superior
de Agricultura de Piracicaba
(Esalq-USP), se diferencia por ser
ingerido em forma de alimento e
por empregar um método que
permite uma melhor extração do
isolado protéico da soja, conservando suas proteínas.
De acordo com a literatura internacional, os fitoestrógenos associados às proteínas da soja
combatem melhor os sintomas da
menopausa.
O isolado protéico da soja desenvolvido pela Esalq-USP teve a
parceria da Fugesp, Fundação para o Estudo da Nutrição e da Gastroenterologia de São Paulo.
As pesquisas do HC, todas com
protocolos aprovados pelas comissões de ética da Faculdade de
Medicina, têm duração média de
quatro meses. Ao final, se conhecerá os níveis de benefício dos fitohormônios e qual dos produtos
testados tem melhor indicação.
"Se os resultados forem positivos, as mulheres na menopausa
terão uma alternativa segura para
a TRH", diz a professora Angela
Maggio da Fonseca, livre-docente
em ginecologia do HC, que participa da pesquisa.
Folha - Como será o estudo com
esse isolado protéico da soja?
Angela Maggio da Fonseca - O
estudo visa verificar, por meio de
avaliação nutricional, clínica e ginecológica, utilizando questionário apropriado, exames físicos e
laboratoriais, a ação dos fitoestrógenos na prevenção ou redução
dos sintomas indesejáveis presentes no climatério. Todas as mulheres participantes serão submetidas aos exames rotineiros de ginecologia, incluindo dosagem
hormonal, estradiol, colesterol e
triglicérides. O tempo de observação será de 120 dias.
Pelos estudos anteriores, já se
sabe que as isoflavonas melhoram
sintomas da menopausa como
ondas de calor e irritabilidade.
Quanto à relação entre as isoflavonas e outros riscos da menopausa, como câncer e osteoporose, serão necessários estudos mais
prolongados.
Folha - Como a senhora vê a TRH?
Angela - É uma excelente opção
para muitas mulheres no climatério, desde que as mesmas sejam
individualizadas. Umas se beneficiarão com a TRH clássica, outras
com os fitohormônios, o importante é que cada mulher seja vista
de forma individual.
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