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ENTREVISTA
Preço de protetor solar dificulta uso
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O alto preço é o maior impeditivo para que muitos brasileiros
usem protetores solares, diz Jayme de Oliveira Filho, 51, coordenador da Campanha Nacional de
Prevenção ao Câncer da Pele da
SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
A sociedade verificou em uma
pesquisa com 9.051 paulistas durante a campanha em novembro
de 2002 que a maioria (68,6%)
ainda toma sol sem o filtro. A SBD
quer que os protetores sejam considerados produtos de saúde, e
não cosméticos, o que implicaria
redução do custo devido à menor
carga de impostos.
Folha - O que faz com que tantos
ainda não usem filtros solares?
Jayme de Oliveira Filho - O fator
que mais emperra é o financeiro.
Folha - Qual é a situação da proposta para diminuir os impostos?
Oliveira Filho - É superdifícil
convencer o governo de que não
há interesse financeiro. Estamos
em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A
preocupação maior é com produtos que sirvam para prevenção.
Não é para qualquer filtro. Sabemos que beneficiar um produto
fator 2, por exemplo, não tem sentido, porque ele não garante proteção alguma. Um indivíduo com
melanoma [tipo de câncer da pele
mais grave" custa ao governo
mais do que a nossa campanha
realizada no Brasil inteiro [foram
despendidos R$ 180 mil".
Folha - Quais são os principais
equívocos em relação à proteção?
Oliveira Filho - O primeiro erro é
achar que só o filtro protege. A
vestimenta é importante, como
roupa clara de algodão. O guarda-sol também. O de nylon deixa
passar quase 50% dos raios. Já o
de algodão ou de lona deixa passar menos de 5% da radiação.
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