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SP restaura antiga sede do governo
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado vai restaurar, neste ano, o palácio Campos
Elíseos, no bairro homônimo, na
região central de São Paulo. Orçado em R$ 8 milhões, o projeto será
financiado pela Lei Rouanet, que
inclui abatimento de impostos
para os patrocinadores.
O palacete já foi a moradia mais
rica da cidade no século 19, além
de residência oficial do governador até 1965. Concluído o restauro, o espaço poderá virar museu
da história política paulista.
O prédio, na avenida Rio Branco, já hospedou Dwight Eisenhower (1890-1969), presidente dos
EUA entre 1953 e 1961, e o papa
Pio 12 (1876-1958), na época cardeal Eugênio Pacelli.
Hoje, abriga a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo. Quando assumiu a pasta,
em junho de 2001, Ruy Martins
Altenfelder Silva encontrou o prédio deteriorado. "Estava infestado
de cupins. As águas pluviais se
misturavam às do esgoto", diz.
No dia 1º, ele passou o cargo a
João Carlos de Souza Meirelles.
A guerra contra os cupins foi
vencida após o trabalho de técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). "A partir daí, começamos a verificar que o palácio
precisava de uma grande reforma", afirma Altenfelder.
Pesquisa
A trajetória do edifício exigiu
uma pesquisa acurada. O palácio
conta as histórias de um dos homens mais ricos da cidade (Elias
Chaves), da formação do bairro
Campos Elíseos e de parte significativa da política paulista.
Mesmo tendo passado por incêndio e revoluções, o prédio ainda mantém as características originais. Segundo o professor Nestor Goulart Reis Filho, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da Universidade de São Paulo
(FAU-USP), o fato de o palacete
ter servido de residência a governadores ajudou na conservação.
"Em compensação, a permanência do governo no local levou
à substituição dos gradis que circulavam o palácio por muros altos, que dão um aspecto de presídio à construção, além de ocultar
da população a beleza desse edifício", afirma Reis Filho, autor da
pesquisa histórica que serviu de
base ao projeto de restauro. De
acordo com Ruy Altenfelder, os
muros poderão ser derrubados.
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