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ENTREVISTA
Escolas da dor melhoram vida de pacientes
DA REPORTAGEM LOCAL
A dor não passou, mas a vida
dos pacientes mudou completamente. Este foi o resultado que
pessoas com osteoporose, fibromialgia e outras doenças que causam dor crônica tiveram depois
de passar pelos programas de
educação continuada sobre o
problema do Hospital das Clínicas de São Paulo. Entre os dias 16 e
18 de maio o hospital realizará o I
Simpósio de Dor Crônica para difundir este e outros conceitos entre profissionais de saúde.
Pesquisa de 1995 com 1.750 pessoas mostrou que entre 30% e
35% dos indivíduos ouvidos no
país apresentavam dor crônica.
A médica fisiatra Lin Tchia
Yeng, 38, chefe do grupo de dor
músculo-esquelética do Instituto
de Ortopedia e Traumatologia do
hospital, falou na última sexta-feira sobre as "escolas da dor".
Folha - Quando e como surgiu o
conceito de "escolas da dor"?
Lin Tchia Yeng - Surgiu na década de 70, a partir das escolas de
coluna criadas na Suécia. Consistia em um grupo terapêutico de
educação, em que os médicos e fisioterapeutas ensinavam os cuidados com a mecânica do movimento do corpo. Com o tempo,
observou-se que não bastava apenas dar exercícios e orientar posturas. Há necessidade de cuidar
do aspecto biopsicossocial do indivíduo e do adoecimento. O estresse e o suporte psicossocial são
fundamentais para o adoecimento ou não. Criou-se então modelos interdisciplinares de tratar. É
importante os doentes aprenderem o porquê do adoecimento.
Estratégias de enfrentamento ativo são ensinadas aos grupos, com
enfoque teórico e prático.
Folha - Existem avaliações recentes deste trabalho?
Lin - Desde 1994 a Divisão de
Medicina Física do Instituto de
Ortopedia e Traumatologia do
hospital desenvolve programas
educativos. Todos os indivíduos
que participaram já tinham sido
submetidos também a intervenções de reabilitação multidisciplinar no ambulatório de dor músculo-esquelética. Houve diminuição do uso de medicamentos em
um acompanhamento de dois
anos após o término do programa
educativo. A média de intensidade da dor não variou muito. Entretanto, a dor já não os incomodava tanto: 18,5% estavam trabalhando antes do programa. Depois, eram 58,2%.
Os relacionamentos na família e
no emprego foram considerados
"bons" em 18,5% dos casos antes
do início do programa e melhoraram para 58,2% no segundo ano
após o término.
Folha - A partir de que momento
a dor é considerada crônica?
Lin - Alguns definem como dores que continuam após três meses. Os doentes devem procurar
por um profissional que tenha capacidade de investigar as causas.
E não esquecer de hábitos saudáveis, como controlar o estresse,
sono e alimentação adequados,
bom condicionamento físico e
bom suporte psicossocial.
Mais informações sobre o simpósio pelo
telefone 0/xx/11/3069-6950
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