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URBANISMO
Projeto é marcado pela preocupação com o turismo
Plano Diretor de Campos do Jordão prevê reformular transporte urbano
FABIANA CORRÊA
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Campos do Jordão na última
temporada de inverno: filas de
carros nas poucas ruas e avenidas
que formam o seu único eixo viário, impossibilidade de achar vagas para estacionar, demora de
até uma hora para percorrer 5
km, ônibus, pedestres e ciclistas
misturados a carros no caótico
trânsito urbano e dificuldade para
achar o destino.
Campos do Jordão em temporadas futuras: principais ruas e
avenidas centrais mais largas,
trens rápidos ligando os bairros e
o centro aos pontos turísticos, ciclovias, trem turístico cortando
praticamente todo o município,
vias alternativas ao eixo central
para caminhões e ônibus, sinalização dos melhores acessos aos
pontos turísticos.
Segundo o diretor do Departamento de Sistema Viário de Campos, Rodrigo Machado Cintra, de
julho a agosto de 2002, a cidade
recebeu cerca de 500 mil carros
-40 vezes a frota do município,
que é de 12.384 veículos- e 1,5
milhão de visitantes.
A mudança de cenário, que pode demorar até 20 anos para ser
concretizada, será possível se as
propostas contidas no novo Plano
Diretor de Campos do Jordão forem implantadas -a Câmara deve aprová-lo em 15 dias.
O plano, que deverá substituir o
anterior, de 1978, prevê, entre os
seus principais pontos, a reformulação do transporte urbano, o
que inclui o controle dos ônibus
de turismo, a ampliação da malha
viária e a implantação de um sistema de trens rápidos.
Elaborado pelo arquiteto Jorge
Wilheim, atual secretário de Planejamento da Prefeitura de São
Paulo, e apoiado pela Ame Campos, entidade que reúne paulistanos com casas na cidade, o plano
é marcado pela preocupação com
o turismo, principalmente a resolução do caótico trânsito local.
"O turismo é a nossa galinha
dos ovos de ouro. Não podemos
deixá-la escapar", disse o secretário municipal de Planejamento,
Antônio Carlos Gonçalves.
Mudanças viárias
Entre as principais mudanças
propostas para o sistema viário
estão a criação de vias alternativas
que interligariam os pontos turísticos da cidade sem ter de passar
pela região central, além de uma
via perimetral exclusiva para caminhões.
Outra proposta é a criação de
um bolsão para estacionamento
de ônibus de turismo ao lado do
portal da entrada da cidade. Em
2002, Campos recebeu na temporada 700 ônibus de turismo por
mês. "Em certos domingos, registramos 160 ônibus fretados na cidade", disse Cintra.
Segundo Cintra, a idéia é criar
um sistema alternativo, com
trens, vans e outros tipos de veículos para transportar os turistas
do estacionamento, no portal, até
os pontos turísticos da cidade.
Além disso, os ônibus que por
algum motivo não possam ficar
no estacionamento seguiriam rotas predeterminadas, que evitassem a região central.
O projeto prevê, ainda, a criação
de um sistema de trens rápidos no
eixo viário, com bilhetagem integrada com os ônibus. "Seria um
bilhete único e evitaria que os moradores usassem carro para ir ao
centro, além de atender aos turistas que vêm de ônibus", afirmou
Gonçalves. Também está prevista
a criação de uma ciclovia, com 13
quilômetros de extensão, indo do
portal até o Horto Florestal. Outros projetos são a expansão da
estrada de ferro até o horto e o
alargamento das vias do centro.
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