São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2005

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Paciente mais grave é acompanhado em casa

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das alternativas de tratamento do doente crítico longe da UTI são os cuidados paliativos. Em casa ou em enfermarias dentro de hospitais, portadores de doenças incuráveis recebem oxigênio, soro, remédios para evitar a dor. Não são feitos procedimentos invasivos.
Em São Paulo, o Hospital do Servidor Público Estadual foi um dos pioneiros nesse tipo de atendimento, em 2000. Uma equipe de médicos e enfermeiros acompanha 90 pacientes em suas casas, além dos que ficam internados na enfermaria do hospital.
"Deixar o paciente em uma UTI, longe da família, só aumenta o sofrimento", diz a médica Maria Goreti Maciel. Ela afirma que, quando bem informadas sobre o trabalho, as famílias dos doentes irrecuperáveis o aceitam.
Ivone Oliveira Ramos, 57, é um exemplo. Sua mãe, Elze, 91, tem câncer nos ossos e mal de Alzheimer e, há cinco anos, é atendida pela equipe de cuidados paliativos do hospital do servidor.
Nesse período, sempre que teve complicações da doença -trombose e infecção urinária, por exemplo- foi internada na enfermaria do hospital e, quando se recuperou das intercorrências, voltou para casa. Uma vez por mês, um médico da equipe a visita e sempre que a família tem alguma dúvida sobre o tratamento, telefona para o hospital.
"Isso nos dá segurança de mantê-la em casa. Não queremos vê-la em uma UTI. Ela entra em desespero quando não há uma pessoa conhecida por perto", diz a filha.
Ivone afirma ter uma amiga cuja mãe enfrenta problemas parecidos ao da sua. A diferença é que a família já a internou diversas vezes na UTI. "Cada vez que ela sai [da terapia intensiva], chega em casa pior, cheia de hematomas porque se debate muito."
Já o Hospital do Servidor Público Municipal tem uma casa fora do hospital, na Aclimação (SP), para onde são encaminhados doentes terminais, que não têm possibilidade de serem tratados em suas casas. Eles têm direito a acompanhante. (CC)


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