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Paciente mais grave é acompanhado em casa
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das alternativas de tratamento do doente crítico longe da
UTI são os cuidados paliativos.
Em casa ou em enfermarias dentro de hospitais, portadores de
doenças incuráveis recebem oxigênio, soro, remédios para evitar
a dor. Não são feitos procedimentos invasivos.
Em São Paulo, o Hospital do
Servidor Público Estadual foi um
dos pioneiros nesse tipo de atendimento, em 2000. Uma equipe
de médicos e enfermeiros acompanha 90 pacientes em suas casas,
além dos que ficam internados na
enfermaria do hospital.
"Deixar o paciente em uma
UTI, longe da família, só aumenta
o sofrimento", diz a médica Maria
Goreti Maciel. Ela afirma que,
quando bem informadas sobre o
trabalho, as famílias dos doentes
irrecuperáveis o aceitam.
Ivone Oliveira Ramos, 57, é um
exemplo. Sua mãe, Elze, 91, tem
câncer nos ossos e mal de Alzheimer e, há cinco anos, é atendida
pela equipe de cuidados paliativos
do hospital do servidor.
Nesse período, sempre que teve
complicações da doença -trombose e infecção urinária, por
exemplo- foi internada na enfermaria do hospital e, quando se
recuperou das intercorrências,
voltou para casa. Uma vez por
mês, um médico da equipe a visita
e sempre que a família tem alguma dúvida sobre o tratamento, telefona para o hospital.
"Isso nos dá segurança de mantê-la em casa. Não queremos vê-la
em uma UTI. Ela entra em desespero quando não há uma pessoa
conhecida por perto", diz a filha.
Ivone afirma ter uma amiga cuja mãe enfrenta problemas parecidos ao da sua. A diferença é que
a família já a internou diversas vezes na UTI. "Cada vez que ela sai
[da terapia intensiva], chega em
casa pior, cheia de hematomas
porque se debate muito."
Já o Hospital do Servidor Público Municipal tem uma casa fora
do hospital, na Aclimação (SP),
para onde são encaminhados
doentes terminais, que não têm
possibilidade de serem tratados
em suas casas. Eles têm direito a
acompanhante.
(CC)
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