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"Nunca mais pensei em morte"
DA REPORTAGEM LOCAL
Os nomes são fictícios, porque
houve pedido de preservação da
identidade. Mas a história de Laura, Clara e Renato são bem parecidas: adolescentes, os três lutam
contra a depressão, com estágios
diferentes de êxito.
Laura começou a "chorar sem
saber porquê" há dois anos. Tinha
15. Afastou-se dos amigos, queria
se esconder, não saía de casa, sentia-se mal, muito mal, mas o clínico geral não soube dizer o que era.
Foi um ginecologista que matou
a charada: depressão. Desde então, ela toma fluoxetina (Prozac) e
faz acompanhamento psicológico
semanal. "Estou muito melhor,
nunca mais pensei em morte."
Clara, 17, também chorava e tinha medo. Queria dormir na cama da mãe, mesmo aos 16 anos.
Passava mal: não comia, dormia
muito, tinha tonturas, achava que
ninguém ligava para ela.
Um dia ficou com muito medo
e não saiu mais de casa; só forçada. Num neurologista, o diagnóstico de depressão e a recomendação de fazer terapia. Na terapia, a
descoberta da síndrome de pânico. Hoje, as duas doenças sob
controle, tem uma vida quase
normal, mas ainda precisa do
apoio imprescindível da família.
Renato, 16, ainda sofre. A mãe
foi "humilhada" em consultórios
de psicanalistas aos quais não podia pagar e segue buscando uma
saída para o filho, que não consegue estudar, sair, divertir-se. "O
pior é o preconceito. Dizem para
ele: "deixa de frescura". Não é frescura, é doença."
(LC)
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