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"Rivais" são cidades que se complementam
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Poucas coisas tornaram-se
mais ociosas do que a rivalidade entre Rio e São Paulo, reavivada pela disputa de dossiês
olímpicos e pela troca de farpas
entre as respectivas prefeituras.
Tentar ver em São Paulo mais
beleza do que no Rio exige esforço tão hercúleo quanto querer descobrir na Cidade Maravilhosa vocação para locomotiva do país. As pessoas que já
atingiram um grau mínimo de
sabedoria existencial sabem
perfeitamente que as duas são
cidades complementares.
Quem tiver um mínimo de
sensatez (e de dinheiro no bolso) não deve perder tempo
com bobagens. Dutra ou ponte-aérea merecem ser frequentadas com assiduidade. Sai-se
de São Paulo e chega-se ao Rio
-que deslumbre! Luminosidade, mar, montanha, memórias de um Brasil inolvidável.
Cansa-se de tanta beleza ou
de tanto calor ou de tanta preguiça e volta-se para São Paulo.
Ou o contrário: sai-se do Rio e
chega-se a São Paulo: que grande cidade! Quanta vitalidade,
quanta gente, quanta coisa a fazer, quantas oportunidades.
Cansa-se de tanto corre-corre ou de tanta fumaça ou de
tanto trabalho e volta-se para o
Rio. Eis a receita da cidade
ideal: após uma grande noite
paulista, dormir sob friozinho
e garoa e acordar no dia seguinte de frente para o mar de
Ipanema.
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