São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008

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Plantão Médico

Doentes preferem ouvir a verdade

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

Quando se sofre de alguma doença, geralmente certos aspectos da vida diária são prejudicados. Uma vez tratada a doença, estes contratempos são esquecidos.
Mas quando inconvenientemente permanentes, interferem na qualidade de vida de seus portadores.
É o caso da epilepsia, que a seu reboque traz estigma social e preconceito em algumas parcelas da população.
No último Congresso Brasileiro de Epilepsia, realizado recentemente, foi lançado o livro "Epilepsia e Qualidade de Vida" dos médicos Marly de Albuquerque e Arthur Cukiert, pela Editora Alaúde (tel. 0/xx/11/5572-9474; e-mail: alaude@alaude.com.br).
A obra, em suas 350 páginas divididas em 22 capítulos, aborda os mais diferentes aspectos médico-psicossociais da epilepsia relatados por especialistas em neurologia, neuropediatria, psiquiatria, psicanálise, neurofisiologia, psicologia, assistência social, odontologia e advocacia.
O professor Esper A. Cavalheiro, da Unifesp/EPM, lembra que as questões médicas da afecção têm tido notável avanço nos últimos anos enquanto os aspectos não-médicos da epilepsia têm sido ignorados por muitos. Albuquerque e Cukiert explicam que o tratamento resulta em controle das crises na maioria dos casos.
Entretanto, acrescentam, as características crônicas das epilepsias, apesar da cura por medicação ou cirurgia, faz com que o paciente tenha dificuldade para retornar ao seio da sociedade.

Qualidade de vida
A obra analisa, entre outros capítulos, a qualidade de vida em crianças com epilepsia (Mauro Muszkat), em idosos (Marly de Albuquerque e Fulvio A. Scorza) e o que dizer ao paciente no momento do diagnóstico.
Diga sempre a verdade, ensinam Luiz Fernando Fonseca e Sheila Cristina Mariano, pois o paciente prefere ouvir a verdade a ter a sensação de que o médico não foi sincero quanto a seus sintomas.

julio@uol.com.br


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