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HC restringirá atendimentos em julho
DA REPORTAGEM LOCAL
Há um debate em curso nos gabinetes sem que a parte mais afetada, a população, esteja sendo
ouvida. Trata-se do atendimento
nos grandes hospitais terciários,
especialmente o Hospital das Clínicas de São Paulo.
O HC, o maior hospital da América Latina, agora quer retomar
sua vocação de hospital universitário, limitando-se a atender aos
casos graves -e pesquisando.
A idéia do superintendente do
HC, José Manoel de Camargo Teixeira, é que só dêem entrada os
casos de emergência e os recomendados por outro médico ou
hospital que reconheça não ter
condições de atender tamanha
gravidade. O objetivo é que isso
aconteça a partir de julho.
Há pelo menos duas décadas essa discussão se prolonga. Na terça-feira, os principais personagens dessa história foram convidados pela liderança do PT na Assembléia Legislativa para um debate. Não passavam de 30, entre
deputados, gestores e militantes.
O debate, porém, mostrou a dificuldade de "fechar" as portas do
HC -que está nas mãos do Estado- sem tornar eficientes e equipados os postos de saúde, que estão nas mãos da prefeitura.
O problema é um só, mas os
gestores parecem falar línguas diferentes. Gonzalo Vecina Neto,
secretário municipal da Saúde
-e que já dirigiu o Instituto Central do HC-, lembrou que há hipertensos que poderiam retirar
remédios em sua região, mas atravessam a cidade por acharem que
no HC é mais garantido.
Vecina diz que o PAS criou um
modelo de demanda -todos que
chegavam eram atendidos e as
cooperativas recebiam por isso. O
SUS, ao contrário, criou um modelo de oferta. Só se atende o que é
possível atender. "Precisamos de
profissionais treinados para saber, nos postos de saúde, o que as
pessoas querem e precisam."
Cerca de 80% dos que entram
pelo pronto-socorro poderiam
ser atendidos em postos. No HC,
20% das 600 mil internações
anuais são de pacientes de outras
cidades ou outros Estados.
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