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Morte no trânsito cai 57% em dia de blitz após lei seca
Queda ocorreu após aumento da fiscalização realizada pela polícia de SP nas ruas
Balanço divulgado ontem pela Secretaria da Segurança Pública é baseado em dados dos três institutos médicos legais que atendem a cidade
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São
Paulo, a partir de levantamento
feito nos três institutos médicos legais da capital, revelam
uma queda de 57% no número
de mortes no trânsito desde a
implantação da lei seca, nos
dias em que ocorreram as blitze
da Polícia Militar.
Segundo informou ontem a
assessoria de imprensa do órgão, o secretário da Segurança,
Ronaldo Marzagão, atribui a
redução à fiscalização da PM
por meio da Operação Direção
Segura, que ocorre sempre de
quinta-feira a domingo e se tornou mais intensa após a lei federal 11.705 entrar em vigor em
20 de junho.
A Folha revelou na semana
passada que o número de abordagens por dia aos motoristas
da cidade de São Paulo aumentou 80% após a entrada da lei,
que prevê tolerância zero e até
prisão para o motorista flagrado após beber.
De acordo com a secretaria,
há um decréscimo no número
de mortos envolvidos em acidentes de trânsito ao se comparar os 12 primeiros dias da ação
da PM no mês de junho com os
oito dias seguintes de blitz.
O levantamento do IML
(Instituto Médico Legal) leva
em consideração apenas o número de mortos registrados de
quinta a domingo, justamente
os dias em que acontece a Operação Direção Segura. Não foram computados dados de
mortes nos outros dias da semana. Os registros são das três
unidades do IML na capital,
nas regiões sul, leste e centro,
que atende também as áreas
norte e oeste.
Concluído na última sexta-feira, o levantamento revela
que, dos dias 5 a 8 de junho,
quando ocorreram blitze da
PM, foram registradas 14 mortes. Entre os dias 12 e 15 de junho, foram 11 e, de 19 a 22 do
mês passado, dez mortes.
A Operação Direção Segura
já existia antes da lei, mas a fiscalização só começou a se intensificar mesmo em 26 de junho, uma quinta-feira, conforme havia dito à Folha o major
Ricardo Fernandes de Barros,
comandante interino do 34º
Batalhão de Trânsito.
E foi justamente durante a
ação mais intensa da PM, de 26
a 29 de junho, que o IML verificou uma queda acentuada no
número de mortes de trânsito
-cinco. O mesmo número se
repetiu no começo de julho,
entre os dias 3 e 6.
A Secretaria da Segurança
informa, por meio de nota, que,
"para calcular o índice, os números dos três primeiros finais
de semana de junho foram somados e divididos por três, para que se chegasse a uma média
aritmética simples".
O resultado foi de 11,7 mortes, continua a nota, que, "se
comparado ao número de mortes registradas no último final
de semana de junho e no primeiro de julho, em que a lei já
era conhecida do público, revela a queda de 57%".
Marzagão disse, por meio de
sua assessoria, que a lei "deu às
polícias um instrumento mais
poderoso para combater os acidentes de trânsito", principalmente com o reconhecimento
do bafômetro como prova de
possível embriaguez do condutor do veículo.
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