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Para Metrô, apenas empresas da cratera são aptas a nova obra
Quatro das cinco construtoras que integram o consórcio Via Amarela foram
as únicas classificadas
Duas das três concorrentes desclassificadas entraram com recursos; estatal
diz que só comenta o caso após decisão da Justiça
RENATO SANTIAGO
CLAYTON FREITAS
DA FOLHA ONLINE
As construtoras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade
Gutierrez e OAS foram consideradas pelo Metrô de São Paulo as únicas aptas a participar
da licitação para a expansão da
linha 2-Verde (Vila Madalena
-Alto do Ipiranga). A concorrência prevê a construção das
estações Sacomã, Tamanduateí
e Vila Prudente.
Todas as empresas fazem
parte, juntamente com a Odebrecht, do consórcio Via Amarela, responsável pela construção da linha 4-Amarela (Vila
Sônia - Luz).
Em janeiro do ano passado,
um dos canteiros de obra da linha ruiu, formando um cratera
que deixou sete pessoas mortas. O acidente ocorreu na futura estação Pinheiros, na zona
oeste de São Paulo.
A expansão da linha 2-Verde
até 2010 foi anunciada pelo
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) e pelo secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, em
25 de março deste ano. Na ocasião, o governo do Estado também prometeu construir a linha 6-Laranja (Freguesia do Ó
- São Joaquim) até 2012.
Quesitos
Segundo o Metrô, o edital foi
publicado em 7 de junho e sete
candidatos apresentaram propostas. Apenas três foram considerados aptos por cumprir
todos os quesitos: o consórcio
Via Permanente Linha 2 (formado pelas empresas Queiroz
Galvão e Camargo Corrêa) e as
construtoras OAS e Andrade
Gutierrez.
Os outros foram desconsiderados por, conforme a companhia, não cumprir critérios jurídicos ou técnicos.
A Tejofran e o consórcio formado pelas empresas Carioca,
Convap e Sutelpa entraram
com recurso na Justiça e no
próprio Metrô, o que causou o
adiamento da abertura dos envelopes com as propostas das
candidatas.
Na ata em que decidiu pela
não-habilitação dos consórcios, o Metrô justifica que os
desclassificados não conseguiram provar que atendiam a todos os critérios técnicos para a
realização da obra.
Sistema antivibração
De acordo com a Tejofran,
sua desclassificação foi injusta
porque o Metrô considerou que
o consórcio do qual ela faz parte não poderia executar um
projeto de massa-mola -sistema de antivibração e amortecimento de ruído na linha.
A Tejofran contesta. Afirma
que a Somafel, empresa portuguesa à qual está associada, já
realizou projeto semelhante
em Portugal, o que foi desconsiderado pelo Metrô.
Procurada pela reportagem,
a estatal afirmou que não comentará o caso até a decisão de
seu departamento de licitação e
da Justiça.
A Engevix, que também foi
desclassificada da concorrência, disse que não recorreu da
decisão. As demais desclassificadas foram procuradas, mas
não responderam.
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