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Comunidade teme remoção
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUBATÃO
O mineiro João Luiz dos Santos,
57, é um dos milhares de casos de
migrantes atraídos para Cubatão
pela ilusão de se beneficiarem
com a industrialização da cidade.
Hoje, morador do Jardim São
Marcos, ele diz não saber se conseguirá pagar a prestação no conjunto habitacional para onde a
prefeitura pretende transferir os
habitantes do bairro.
Santos chegou a Cubatão em
1974 e trabalhou na construção da
primeira pista da rodovia dos
Imigrantes. Concluída a estrada,
trabalhou como ajudante de serviços gerais na Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista).
Na ocasião, segundo relata, residia na antiga Vila Parisi, bairro
atualmente extinto e onde se registraram os mais graves casos de
saúde pública em decorrência dos
efeitos da poluição, como os de
anencefalia (crianças nascidas
mortas e sem cérebro).
Doente -"estou sem forças nas
pernas"-, o mineiro perdeu o
emprego e foi morar no Jardim
São Marcos, onde ocorriam invasões de lotes.
Santos, assim como outros moradores do São Marcos, questiona
a viabilidade da transferência para o conjunto habitacional com
oito blocos de cinco pavimentos
cada um, dotado de creche, pavimentação, drenagem e infra-estrutura urbana. "Aqui são poucos
os que têm possibilidade de pagar
condomínio, água, luz e prestação. Como é que vai ser?", indaga.
De acordo com o secretário de
Planejamento de Cubatão, Luiz
Fernando Verdinassi Novaes,
ainda não há definição sobre as
prestações, mas, segundo disse, o
valor poderá até ser simbólico.
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