São Paulo, quarta-feira, 15 de abril de 2009

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Ex-médico é condenado por morte em lipoescultura

Marcelo Caron cumprirá pena de 8 anos de prisão em regime semiaberto Ontem, em julgamento, Caron disse que é inocente e que outra equipe médica que tratou a paciente teve responsabilidade pela morte

DA AGÊNCIA FOLHA

O ex-médico Marcelo Caron foi condenado ontem a oito anos de prisão em regime semiaberto pela morte de uma advogada em uma cirurgia de lipoescultura em Goiânia, em janeiro de 2001.
Também terá que pagar R$ 30 mil de indenização por danos morais à família dela. Caron poderá recorrer em liberdade da decisão. O julgamento durou mais de 13 horas.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, Caron errou na indicação e na condução da cirurgia de Janet Falleiro, que morreu cinco dias depois. A paciente, diz o órgão, era obesa demais e não deveria fazer lipoescultura porque tinha flacidez no abdome. Na operação, disse o CFM, ele não percebeu que uma agulha perfurou o intestino dela. Ele teve o registro de médico cassado em 2002.
Em Goiás, ele responde a pelo menos outros sete processos por lesões corporais em mulheres e por ter causado outra morte. No Distrito Federal, é acusado de causar a morte de duas pessoas. Caron chegou a ser preso em 2002 e em 2005.
Ontem, durante interrogatório no julgamento, o ex-médico disse, chorando, ter certeza de que é inocente e afirmou que uma outra equipe médica que tratou a advogada teve responsabilidade sobre a morte.
Caron afirmou ainda que a cassação de seus registros pelo Conselho Regional de Medicina e pelo CFM foram consequência de "pressão" de outros médicos e da mídia.
O ex-médico disse que já foi absolvido de algumas outras acusações de lesões corporais, que fez um estágio equivalente à residência médica na área e que tinha capacidade para atuar como cirurgião plástico.
Caron já foi condenado pela Justiça a pagar indenização a uma outra paciente que disse ter sofrido lesões corporais. Após ser impedido de atuar em Goiás, ele se mudou para Brasília, onde voltou a operar até ter o registro cassado.
Após a decisão, a Folha não localizou o advogado de Caron.


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