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Diagnóstico precoce pode garantir cura
DA REPORTAGEM LOCAL
Sidnei Epelman, presidente da
Tucca (Associação para Crianças
e Adolescentes com Tumor Cerebral), afirma que na decisão de fazer uma campanha sobre o retinoblastoma pesou o fato de o
diagnóstico precoce fazer grande
diferença no tratamento desse tipo de câncer.
"É uma doença que, com o diagnóstico precoce, é possível curar
sem maiores procedimentos. É
possível o paciente fazer um tratamento a laser sem precisar de quimioterapia. Entre todos os tipos
de câncer, talvez seja aquele em
que a descoberta cedo tenha o
maior impacto."
O retinoblastoma pode levar à
perda do olho e evoluir para um
tumor cerebral se não for descoberto a tempo.
De acordo com Clélia Maria Erwenne, da oncologia ocular da
Unifesp, o objetivo da campanha
é dobrar as chances de conservação do olho, hoje de cerca de 50%,
quando a mancha é descoberta.
Segundo Martha Motono Chojniak, diretora do Departamento
de Oftalmologia do Hospital do
Câncer de São Paulo, em até 35%
dos casos o retinoblastoma é hereditário. Nesses casos, costuma
atacar os dois olhos e causar várias lesões. Quando não é hereditário, costuma atingir apenas um
dos olhos.
Mães que tiveram retinoblastoma têm 40% de chance de ter um
filho com a doença.
A dona-de-casa Tereza Cristina
Araújo de Lima, 23, teve retinoblastoma quando era criança.
Descobriu há alguns meses que o
filho, Pedro Roberto, de nove meses, também é portador da doença. "Um dia ele estava deitado na
cama, olhou para a lâmpada e enxerguei "aquele fogo'", diz Tereza.
"Minha mãe logo lembrou que
era a mesma doença que tive."
Tereza, que mora em João Pessoa (PB), não encontrou tratamento em sua cidade e por isso foi
encaminhada para São Paulo.
Paulo Roberto está respondendo
bem à terapia com laser e conservou a visão.
O tratamento do retinoblastoma pode associar a quimioterapia
a procedimentos como aplicações
de laser e congelamento.
De acordo com Clélia, a doença
é controlável em até 80% dos casos, apesar de, em alguns deles,
ser necessária a retirada do olho.
Segundo ela, apesar de algumas
lacunas, a rede de saúde pública e
privada está preparada para receber os casos. Apenas tratamentos
mais sofisticados, como a braquiterapia (que utiliza placas radioativas especiais), são disponíveis
em poucos centros -em São
Paulo, existem apenas dois.
A campanha da Tucca foi elaborada com o auxílio de uma série
de parceiros e discutida em um
encontro da International Network for Cancer and Treatment
Research (Rede Internacional para a Pesquisa e Tratamento do
Câncer). Foi aprovada pela rede e
será levada para outros países.
Mais informações: 0800-7704665 ou
www.tucca.org.br
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