|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACNE
Isotretinoína foi incluída na lista dos remédios excepcionais
Droga aprovada pelo ministério não é distribuída em 11 Estados
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 11 Estados brasileiros ainda não oferecem aos pacientes do SUS (Sistema Único de
Saúde) a droga isotretinoína,
princípio ativo do Roacutan, a
única considerada eficaz contra
os casos graves de acne. Estima-se
que 3 milhões de jovens brasileiros sofram com a acne.
A distribuição do medicamento
na rede pública foi aprovada pelo
Ministério da Saúde há um ano,
quando a droga foi incluída na lista dos remédios considerados excepcionais, aqueles de uso continuado e de alto custo. Cabe a cada
Estado fazer as licitações e efetuar
as compras.
Os Estados que ainda não dispõem da isotretinoína são: Acre,
Roraima, Rondônia, Tocantins,
Amazonas, Amapá, Piauí, Sergipe, Minas Gerais e Santa Catarina,
além do Distrito Federal. A maioria deles alega que o processo de
licitação para a compra do remédio ainda está em andamento.
No Distrito Federal, por exemplo, 30 pessoas aguardam na fila
de espera o término do processo
de licitação para obter o medicamento, segundo Heloísa Belle, diretora de produtos de alta complexidade da Secretaria da Saúde
do Estado.
Em Minas Gerais, a Secretaria
da Saúde estima que existam cerca de 500 pessoas à espera do medicamento. Não há um cadastro
oficial dos pacientes nem estimativa de quanto tempo vai demorar
o processo de licitação.
Para o dermatologista Sebastião
Sampaio, 82, que trata pacientes
com isotretinoína há 20 anos, é
fundamental que os Estados passem a distribuir o remédio. "Não
há mais motivo para as pessoas ficarem sofrendo com acne."
Sampaio diz que, das 5.000 pessoas que tratou, 99% ficaram curadas da acne. Segundo estudos
do laboratório Roche, fabricante
da droga, a doença pode reincidir
em 5% dos casos.
Mas o médico alerta que o remédio pode, por exemplo, causar
deformação no feto se for tomado
durante a gravidez. Por isso seu
uso exige receita médica e a assinatura de um termo de consentimento do paciente. Outra restrição: ele só poderá ser receitado a
pacientes maiores de 15 anos.
Os efeitos colaterais mais comuns são ressecamento nos lábios, olhos e nariz, que pode até
sangrar. O tratamento dura de
quatro a cinco meses.
Texto Anterior: Diagnóstico precoce pode garantir cura Próximo Texto: Plantão médico: Pesquisadores inovam na luta contra a tuberculose Índice
|