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Polícia flagra acordo que não foi cumprido
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA E GOIÂNIA
Um advogado entra em
um restaurante de Brasília e
liga para um celular do assessor do deputado federal
Pinheiro Landim (PMDB-CE). ""Sabem quem está
aqui?", pergunta. ""Aqueles
f.d.p. estão todos aqui reunidos", continua, citando o
nome de cada um dos magistrados ali reunidos.
A raiva tinha um motivo:
um dos magistrados pré-acertados havia deixado de
votar conforme prometera
para a concessão de habeas
corpus para a quadrilha de
Leonardo Dias Mendonça.
A cena descrita acima foi
mostrada pela PF a integrantes do Judiciário em Brasília
quando da remessa dos documentos da investigação
para a Procuradoria Geral da
República.
A Folha apurou que a concessão do habeas corpus
prometido deu errado porque na hora da votação,
preocupado com a chance
de soltura do traficante, um
procurador foi conversar
com o magistrado, que teria
ficado com receio de votar a
favor do criminoso.
Ninguém sabe ao certo se
houve ou não pagamento
nesse caso. Os desembargadores Eustáquio Silveira e
Fernando Tourinho Neto,
ambos do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, citados
no relatório da polícia por
causa de menções em escutas, negam envolvimento
com a negociação de sentenças. O ministro do Superior
Tribunal de Justiça Vicente
Leal de Araújo afirmou que
agiu de acordo com a lei.
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