São Paulo, domingo, 16 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Álbum de fotos reconta relação entre mãe e filha

DA REPORTAGEM LOCAL

"Olha só como a mamãe está triste", diz a psicanalista à pequena Lúcia (o nome é fictício), 2, apontando para um álbum de fotografias, em que a mãe aparece apática, olhando para o nada, e a filha, então um bebê de sete meses, procura o seu olhar.
Lúcia chegou ao consultório com déficit motor e neurológico. Por meio das fotos, a história da família vai se descortinando: além de não desejar a gravidez, a mãe havia enfrentado, na época, o afastamento do companheiro e a morte do avô.
Sem poder contar com a fala da mãe ou da menina, o álbum de fotografia foi o recurso utilizado pela psicanalista Eloisa Tavares de Lacerda para construir o laço entre a mãe e a filha.
"É um recurso por meio do qual a mãe e a criança vão se reconhecendo. E eu vou ajudando a colocar palavras naquela situação." À medida que a história daquela relação foi contada, a mulher pôde falar da sua tristeza.
"As vivências foram jogadas para a minha escuta e não mais para a criança. Ela pôde, então, sustentar-se, ganhar tônus e não ficar abafada por aquela história. O afeto começou a circular."


Texto Anterior: Infância: Terapia ajuda a individualizar trigêmeos
Próximo Texto: Detecção de distúrbio exige treinamento de médicos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.