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Álbum de fotos reconta relação entre mãe e filha
DA REPORTAGEM LOCAL
"Olha só como a mamãe
está triste", diz a psicanalista
à pequena Lúcia (o nome é
fictício), 2, apontando para
um álbum de fotografias, em
que a mãe aparece apática,
olhando para o nada, e a filha, então um bebê de sete
meses, procura o seu olhar.
Lúcia chegou ao consultório com déficit motor e neurológico. Por meio das fotos,
a história da família vai se
descortinando: além de não
desejar a gravidez, a mãe havia enfrentado, na época, o
afastamento do companheiro e a morte do avô.
Sem poder contar com a
fala da mãe ou da menina, o
álbum de fotografia foi o recurso utilizado pela psicanalista Eloisa Tavares de Lacerda para construir o laço entre a mãe e a filha.
"É um recurso por meio
do qual a mãe e a criança vão
se reconhecendo. E eu vou
ajudando a colocar palavras
naquela situação." À medida
que a história daquela relação foi contada, a mulher
pôde falar da sua tristeza.
"As vivências foram jogadas para a minha escuta e
não mais para a criança. Ela
pôde, então, sustentar-se,
ganhar tônus e não ficar abafada por aquela história. O
afeto começou a circular."
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