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Tomógrafo quebra 5 vezes em 6 meses
DA REPORTAGEM LOCAL
Um tomógrafo de 11 anos que já
quebrou cinco vezes nos últimos
seis meses. Esse é o equipamento
radiológico "de ponta" do hospital municipal Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, e o
único da rede pública em uma região de 2 milhões de habitantes.
"Por mais problemas que tenha,
ele ainda é nossa salvação", diz a
diretora técnica do hospital, Rejane Calixto Gonçalves, 39. Segundo ela, o aparelho está no seu limite de vida útil. Construído para
suportar de 70 a 80 mil cortes
(chapas), o equipamento já realizou 120 mil.
O aparelho é utilizado para exames de diagnóstico de traumas
cranianos e torácicos, provocados, geralmente, por tiros ou acidentes de carro. Os últimos problemas do equipamento foram
causados por falhas na ampola
(recipiente de vidro que faz parte
do tubo de raios X), que precisaria
ser trocada. A peça nova está em
torno de US$ 150 mil.
Assim como o tomógrafo, os
dois aparelhos de raios X do hospital também vivem quebrando.
Há um terceiro equipamento, o
único telecomandado, que possibilita o movimento da mesa, mas
está quebrado há vários anos.
Segundo Roberto Morimoto,
53, coordenador hospitalar da Secretaria Municipal da Saúde, a
atual administração recebeu a rede de saúde "completamente sucateada". Além de os equipamentos não terem sido renovados,
também não receberam manutenção durante dez anos.
Há apenas cinco tomógrafos,
adquiridos em 1991, disponíveis
em hospitais municipais. No ano
passado, a prefeitura firmou uma
parceria com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que
tem possibilitado a manutenção
dos equipamentos.
O próximo passo, segundo Morimoto, será a compra de 31 equipamentos radiológicos para as
unidades básicas de saúde, outros
14 mais potentes para os hospitais
municipais e mais 14 aparelhos de
ultra-som. A licitação foi aberta
no final do ano passado e a previsão é que a compra aconteça até o
final deste ano.
No próximo ano, diz Morimoto,
a secretaria espera comprar alguns equipamentos de alta tecnologia, como ressonância magnética e tomógrafos computadorizados, cujos preços variam de US$
300 mil a US$ 1 milhão. A rede
municipal de saúde não tem nenhum desses aparelhos.
Enquanto os projetos não se
concretizam, a população que depende de um exame de alta complexidade precisa aguardar uma
vaga nas agendas de hospitais, como Einstein, Beneficência Portuguesa e Incor. Quando realizado,
o procedimento é pago pelo SUS.
A fila de espera, porém, é, em média, de dois meses. "Se for uma
emergência, conseguimos fazer
imediatamente", diz Morimoto.
Nas áreas mais periféricas, como Itaquera e Perus, a prefeitura
estuda a locação de equipamentos, especialmente ultra-sons, para atender à demanda.
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