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Campos do Jordão registra umidade próxima à do Saara
Cidade teve taxa mínima de 12%, no limite para estado de emergência e semelhante à média do deserto, de 10%
Capital com índice mais baixo é Cuiabá, com 20%, mas outras 6 também estão em situação crítica; São Paulo teve mínima de 21%
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Durante duas horas da manhã de ontem, o clima em Campos do Jordão, a 167 km de São
Paulo, ficou tão seco quanto o
do deserto do Saara. A taxa de
umidade mínima chegou a 12%,
próximo da média de umidade
no Saara, que é de 10%. Segundo a Organização Mundial da
Saúde, o índice de 12% está no
limite do estado de emergência.
De 12% a 20%, o estado é de
alerta e, entre 20 e 30%, de
atenção. Há 24 dias sem chuva,
o tempo estava seco ontem no
Estado de São Paulo. A umidade relativa do ar atingiu 21% na
capital -igualando o recorde
em 2008, registrado no dia 8.
Já são sete as capitais brasileiras nessa faixa crítica (abaixo
dos 30%), segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais). Na segunda-feira
eram seis. De um dia para o outro, houve queda média de 9%
nos índices mínimos, segundo
levantamento da reportagem.
A mínima de ontem voltou a
ser registrada em Mato Grosso.
A capital, Cuiabá, chegou a ter
umidade de 20%.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o número de
crianças atendidas no hospital
e pronto-socorro municipal de
Cuiabá subiu 60% em relação a
junho. O aumento ante 2007 é
de 20%. A estimativa oficial é
que, a cada 24 horas, 110 crianças cheguem ao hospital com
problemas respiratórios.
"Deve-se ingerir de dois a
três litros de líquidos por dia,
hidratar a pele para evitar o ressecamento das mucosas e alimentar-se de forma saudável,
principalmente com frutas,
verduras e legumes. E aumentar a umidade do ar em casa,
com uma bacia de água ao lado
da cama ou, para alérgicos, um
umidificador", explica José
Eduardo Cançado, presidente
da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
Paraná foi o último Estado a
entrar na lista de alerta da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Agora são 12, além do DF. A
previsão, segundo o órgão, é
que a massa de ar seco que cobre grande parte do Brasil permaneça pelo menos até sexta.
São Paulo
Conforme previsão do Inmet
(Instituto Nacional de Meteorologia) para o Estado de São
Paulo, a taxa da umidade relativa do ar pode chegar perto dos
20% hoje, mantendo-se assim
até amanhã, exceto no litoral.
A previsão de Adilson Nazário, meteorologista do Centro
de Gerenciamento de Emergências, ligado à Prefeitura de
São Paulo, não é otimista: "Como não há expectativa de chuva
ao menos até o fim da semana, a
massa de ar seco vai continuar
inibindo a formação de nuvens;
amanhã a tendência é de baixar
a umidade um pouco mais".
O clima seco favorece a estabilidade da atmosfera, que, sem
ventos ou chuva, concentra
mais poluentes, como explica
Clarice Muramoto, meteorologista da Cetesb (Companhia de
Tecnologia de Saneamento
Ambiental), da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente.
Na última medição, a região
metropolitana de São Paulo e
as cidades de Cubatão e Bauru
tinham qualidade do ar regular.
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