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Juíza mantém presos 7 acusados de extorsão
Prisão preventiva foi decretada ontem para grupo acusado de extorquir dinheiro de camelôs na Subprefeitura da Mooca
Esquema descoberto pela polícia recolheria mais de
R$ 1 milhão por mês de ambulantes irregulares para que pudessem trabalhar
KLEBER TOMAZ
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo decretou ontem a prisão preventiva
de dois foragidos e de 7 das 11
pessoas presas na sexta-feira
sob a acusação de cobrar propina de camelôs irregulares da
zona leste da capital em troca
de proteção para que eles pudessem trabalhar.
O pedido havia sido feito ontem pela Polícia Civil, que temia a possibilidade de fuga dos
suspeitos, já que o prazo da prisão temporária de cinco dias
terminaria à 0h de hoje.
Com a decisão da juíza Maria
Fernanda Belli, sete acusados
continuarão presos até um possível julgamento, caso não haja
a revogação das prisões. Outros
dois acusados continuam foragidos. Quatro vendedores ambulantes presos temporariamente na operação de sexta-feira seriam libertados hoje.
Os presos são acusados pela
polícia de integrarem duas quadrilhas que usavam a infra-estrutura da Subprefeitura da
Mooca, na zona leste, para extorquir mais de R$ 1 milhão por
mês dos vendedores ambulantes. De acordo com a investigação, o recebimento da propina
era feito por outros camelôs recrutados. O vendedor que não
pagasse tinha a mercadoria
apreendida pela fiscalização.
À polícia os acusados negaram a extorsão. A Folha não
conseguiu localizar os advogados de defesa deles.
Tiveram a prisão preventiva
decretada cinco funcionários
da subprefeitura (os irmãos
Georges Marcelo e Felipe Eivazian, respectivamente assessor
do subprefeito Eduardo
Odloak e chefe dos fiscais; além
dos agentes de apoio fiscal Edson Alves Mosqueira, Ronaldo
Correa dos Santos e Nilson Alves de Abreu), um advogado
(Leandro Giannasi Ferreira) e
três camelôs (João Jorge Cunha, Juvemar Pinto dos Santos
e Ademir Batista -os dois últimos procurados).
Com isso, o delegado Luís
Storni, da UIP (Unidade de Inteligência Policial), concluiu o
inquérito com o indiciamento
de 13 pessoas, inclusive as que
seriam soltas. O relatório foi
encaminhado ao promotor José Carlos Blat, que deverá oferecer a denúncia à Justiça.
"Os funcionários da subprefeitura foram indiciados por
concussão [crime cometido
por servidores]. Os camelôs são
co-autores. Todos foram indiciados por formação de quadrilha", disse Storni.
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