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TRÂNSITO
Essa é a média diária registrada pelos 40 radares fixos da cidade; só em maio, 2.638 veículos foram autuados
A cada 17 minutos, um é multado a 140km/h
DA REPORTAGEM LOCAL
A cada 17 minutos, um veículo
acima de 140 km/h é flagrado por
um dos 40 radares fixos espalhados por São Paulo. Essa velocidade não é permitida nem mesmo
em rodovias. Mas chega a ser detectada em avenidas da capital
paulista como a Giovani Gronchi
(zona sul), a Brigadeiro Faria Lima (zona oeste) e a Braz Leme
(zona norte), com limites permitidos que não passam de 60 km/h.
Somente em maio deste ano, os
radares fixos flagraram 2.638 veículos nessa situação. Esses motoristas já têm até um apelido entre
os técnicos da CET: "voadores".
Se baterem, a possibilidade de sobrevivência é praticamente nula
-mesmo que estejam em um automóvel importado, com airbag e
cinto de segurança.
José Montal, vice-presidente da
Abramet (Associação Brasileira
de Medicina de Tráfego), diz que
a chance de permanecer vivo em
uma batida é grande em velocidades de até 80 km/h. Tudo depende, porém, do tipo de colisão.
Quando um carro bate de frente
com outro, por exemplo, as velocidades deles acabam potencializadas. Nas batidas que costumam
acontecer nos semáforos, a gravidade tende a aumentar por causa
das características dos automóveis. "Os veículos são projetados
para suportar impactos frontais e
traseiros. Nas laterais, os efeitos
são mais perversos", afirma Maurício Régio, da assessoria de segurança de trânsito da CET.
Nos casos de atropelamento,
15% dos pedestres costumam
morrer quando a velocidade do
veículo é de 40 km/h. A 60 km/h,
esse índice já sobe para 70%. Os
dados fazem parte de um estudo
inglês divulgado pela companhia.
Por esses motivos é que a rapidez dos veículos se tornou a principal responsável pelas mortes no
trânsito no país -e sua fiscalização eletrônica é tida como um dos
principais fatores para a redução
de mais de 33% das vítimas em
São Paulo nos últimos seis anos.
O sono, a embriaguez ou a falta
de atenção estão presentes na
maioria dos acidentes -mas geralmente aliados à velocidade
exagerada. Uma pesquisa do ex-presidente da CET Roberto Scaringella, concluída em 2002,
apontava que os fatores humanos
estão presentes em 100% dos acidentes de trânsito -embora em
56% dos casos estejam aliados a
outras interferências, como os
problemas da via e do ambiente
(37%) e dos veículos (27%).
José Montal diz que os jovens
são os maiores potenciais "voadores". "O acelerador é a coragem
do covarde", afirma ele, repetindo
uma frase usada por mães belgas
na educação dos filhos.
(ALENCAR IZIDORO)
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