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Para entidade, governo pouco faz
DA REPORTAGEM LOCAL
As associações de diabetes reclamam da falta de cumprimento,
pelo Ministério da Saúde, do plano nacional de combate à doença
e à hipertensão.
"O diabetes é a principal doença
crônica não-transmissível. Deveria ser tratada como a mais importante, responde por 40% a
50% da mortalidade por doença
cardiovascular. Está se fazendo
muito pouco", diz Fadlo Fraige
Filho, que também presidente a
Fenad (Federação Nacional de
Associações de Diabetes).
O plano começou em 2000, no
governo de Fernando Henrique
Cardoso, com o treinamento de
profissionais, diz Fraige Filho. Em
2002, foi feito o rastreamento de
doentes. Foram testados 21 milhões de pessoas e encontrados 3
milhões de casos suspeitos -1
milhão deles confirmados por
exames posteriores.
Segundo Fraige Filho, a terceira
fase, de distribuição de medicamentos, iniciada no atual governo, "começou errática e ainda está
se organizando". Faltaram, neste
ano, a metformina e a glibencamida (para diabetes), além do captopril (para hipertensão), afirma.
"É um absurdo político. Este
ano foi perdido, afirma Carlos Alberto Machado, ex-coordenador
do plano. Segundo ele, o sistema
de cadastramento dos diabéticos
também foi prejudicado.
A diretora do departamento de
Atenção Básica do ministério,
Afra Suassuna, diz que a pasta está reorganizando a assistência a
hipertensos e diabéticos. "De fato
houve algumas dissoluções de
continuidade." Segundo ela, a falta de remédios deve-se ao atraso
na entrega de matéria-prima para
os medicamentos. Neste ano, diz,
será possível entregar 11 das 12 remessas.
Segundo Suassuna, já foram capacitados 17 mil dos 29 mil profissionais que entrarão na rede de
detecção precoce da doença. Parte do sistema de acompanhamento do plano, afirma, será incorporada por um outro sistema informatizado do ministério, disse.
O economista aposentado Algibe Avellar Esteves, 57, diabético
que está na fila do transplante de
rim, diz que é comum não encontrar todos os medicamentos de
que precisa. Esteves descobriu o
diabetes só quando foi fazer uma
cirurgia. Perdeu também parte de
uma perna por causa das complicações da doença.
"Eu evitava comer açúcar, mas
não uma macarronada. Você não
sente nada e acaba relaxando."
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