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OUTRO LADO
Distorção decorre de fatores sociais, segundo governo
DA SUCURSAL DO RIO
Encarregada pela Secretaria
de Segurança Pública para falar
sobre a distribuição do efetivo
da Polícia Militar, a presidente
do ISP (Instituto de Segurança
Pública), Ana Paula de Miranda, disse que o maior policiamento da zona sul é "injusto" e
ao mesmo tempo "normal".
Essa normalidade, segundo
ela, decorre do fato de os moradores dessa região da cidade terem mais "capital" e conseqüentemente mais poder para
reclamar.
Miranda afirmou que a mídia
também colabora para o privilégio dado à zona sul: "Há uma
exposição excessiva nos meios
de comunicação. Tudo o que
acontece na zona sul repercute
mais". Segundo ela, a distorção
não é culpa do governo estadual, mas de todo o sistema socioeconômico, que dota os
bairros mais ricos não só mais
de mais policiamento mas também de melhores hospitais, infra-estrutura e bens culturais.
Miranda disse ainda que o tamanho dos efetivos dos batalhões varia. Citou casos emergenciais em que um batalhão
"empresta" policiais para outro
até que a situação na região se
normalize.
A presidente do ISP acrescentou que a falta de efetivo em
áreas carentes é suprida com
operações de batalhões especiais, como o Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel),
Batalhão de Choque, Bope (Batalhão de Operações Especiais)
e BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Especiais).
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Hudson de
Aguiar Miranda, afirmou que a
distribuição do policiamento
pelos batalhões não pode ser
analisada somente do ponto de
vista matemático.
Segundo ele, cada região do
Estado tem características próprias e a corporação procura
adequar o efetivo a essas particularidades. "Não podemos
analisar apenas se um batalhão
tem mil policiais e outro tem
não sei quantos. Questão social
não é questão matemática."
De acordo com Miranda,
existe um estudo da ONU (Organização das Nações Unidas)
que calcula em um policial por
350 habitantes a proporção
ideal. Apenas sete dos 25 batalhões da região da metropolitana do Rio estariam de acordo
com essa recomendação.
Comandante do 20º Batalhão
(Mesquita, Baixada Fluminense), unidade que tem o menor
efetivo proporcional da região
metropolitana, o tenente-coronel Francisco D'Ambrósio disse que sua tropa precisa ser reforçada, mas afirmou que o número atual tem atendido às necessidades da região.
(MHM)
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