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AMBIENTE
Empresa ainda estuda que destinação dará para a terra contaminada existente em seu terreno e no aterro municipal
Carbocloro diz buscar "solução rápida"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Para quem já investiu R$ 20
milhões na construção de uma
subestação elétrica e está perdendo dinheiro porque ela está atrasada, cerca de R$ 1 milhão não é
nada. Queremos é resolver esse
problema o mais rapidamente
possível para ficarmos quites em
relação a questões ambientais."
É essa a forma encontrada pelo
gerente de suporte industrial da
Carbocloro, Ademar Salgosa Jr.,
para afirmar que a indústria não
está se preocupando, pelo menos
agora, em descobrir quem foi o
responsável pela contaminação
no seu terreno -a "conta final"
pode, por lei, ser repassada a
quem depositou os poluentes.
O "mais rapidamente possível",
para ele, é o fim deste ano, quando
a subestação já deveria estar começando a funcionar e chegarão
máquinas importadas, que a Carbocloro não tem onde guardar.
A empresa ainda estuda qual será a destinação para a terra comprometida em sua área e no aterro
da prefeitura de Cubatão. As opções são incineração ou envio a
um aterro industrial. A escolha
tem de ser aprovada previamente
pela Cetesb. Segundo a assessoria
de imprensa da agência, a contaminação no terreno da Carbocloro tem caráter pontual.
"Foram identificados dois "hot
spots" [áreas de maior concentração de poluentes", mas, com a terraplenagem, eles se misturaram",
afirma Salgosa Jr.. A terra foi doada à prefeitura, segundo ele, por
exigência do Departamento Estadual de Proteção dos Recursos
Naturais, já que a construção da
subestação pressupunha desmatamento. Estava prevista, inicialmente, a retirada de 3 milhões de
litros de solo.
Rhodia
É na análise das características
da contaminação que a Rhodia
apóia sua defesa de que não tem
nada a ver com o problema. "O "lixo" da Rhodia era composto por
grandes blocos de hexaclorobenzeno [HCB" sólido; era um resíduo mais concentrado. Não é o
caso agora", sustenta o porta-voz
da multinacional francesa, Eduardo Octaviano.
Ele afirma ainda que o HCB não
é um subproduto exclusivo dos
processos produtivos da Rhodia e
nega que haja ainda lixões não-identificados da empresa na Baixada. "Fizemos fotogrametria
[cartografia por fotos" por satélite
das áreas em que poderia haver
focos, tendo como base os percursos dos caminhões, e nada foi encontrado", completa Octaviano.
A Rhodia diz considerar o caso
da Carbocloro encerrado. A empresa francesa recebeu, porém,
uma cópia do primeiro relatório
dos problemas da área, em análise
na Cetesb. "Eles são vizinhos e deveriam ficar informados", justificou Salgosa Jr.. Octaviano, confirma, por sua vez, que representantes da Rhodia estiveram no local
"a convite dos vizinhos".
(MV)
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