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Em Olinda, natureza é ameaça
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM OLINDA E EM SALVADOR
As ameaças ao sítio histórico de
Olinda (PE) não surgem apenas
em razão da ação direta do homem. O risco de degradação, segundo especialistas, também vem
do ar, do mar e da terra.
O calor, a umidade, a salinidade,
o avanço da maré e a estrutura
frágil dos morros que compõem a
paisagem da área tombada são
considerados hoje tão perigosos
quanto os foliões que invadem as
ladeiras da cidade histórica durante o Carnaval.
Igrejas centenárias como a do
São Francisco, construída em
1577, perderam parte de seu acervo de obras de arte devido a infiltrações e ataque de cupins.
O deslizamento gradual do
morro onde a igreja foi construída provocou rachaduras nas paredes. Nas igrejas de São Bento e
do Carmo, também erguidas sobre morros, o problema se repete.
Segundo o arquiteto e coordenador-adjunto da Prefeitura de
Olinda no programa Monumenta, André Renato Pina Moreira,
dos 3.300 imóveis localizados nos
dois km2 de área tombada no município, a igreja do São Francisco é
a que está em situação mais grave,
por não estar incluída em programas de restauração.
A obra ficou fora do Monumenta, que prevê a restauração de cerca de 15 obras no sítio histórico. O
investimento do programa Monumenta será de R$ 6,2 milhões
em Olinda. Os recursos são do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), do governo e
do município.
Salvador
Por trás das obras de restauração do Pelourinho (centro histórico de Salvador), esconde-se um
"custo social" que o governo baiano costuma ignorar -1.770 famílias (3.584 pessoas) praticamente
foram expulsas para a periferia.
Para que os antigos moradores
deixassem os casarões coloniais,
que estavam em ruínas, o governo estadual ofereceu duas opções:
auxílio realocação (média de R$
2.000) ou uma casa de dois quartos, com 40 m2, na periferia.
Subsidiado pelo governo, o morador que optou pela residência
deve pagar uma mensalidade de
R$ 51 durante cinco anos, para receber a escritura definitiva.
A Conder (Companha de Desenvolvimento Urbano do Estado
da Bahia), responsável pelas
obras, diz que os moradores eram
"invasores" e não tinham a escritura das propriedades.
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