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Paulista tem nova reforma para recolocar piso antigo
Após ser trocado por concreto, mosaico português está sendo recolocado em 6 imóveis
Secretaria diz que seguiu pedido do Departamento de Patrimônio Histórico e que não pagará a mais; moradores criticam medida
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após quase um ano de obras
nas calçadas da avenida Paulista para a troca do piso de mosaico português por placas de
concreto moldado, uma nova
reforma voltou a instalar as características pedras pretas e
brancas. O DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) determinou que seis imóveis tenham ao menos uma faixa do
modelo antigo.
A prefeitura diz que não pagará a mais pela troca. Pedestres, comerciantes e moradores, cansados das obras, não
gostaram da mudança.
"Eles não sabem o que querem? Podiam ter deixado aquele piso, então, e eu não teria
precisado empurrar a banca [de
jornal] para lá e para cá duas vezes", reclama o jornaleiro Leivan Vieira Lima, 30. Ele trabalha no número 227, em frente
ao colégio Rodrigues Alves, que
já teve a calçada de mosaico
trocada por concreto e, agora,
passará por outra reforma.
A Paulista tem 13 edifícios
tombados ou em processo de
tombamento. Desses, apenas
dois ainda estão com a calçada
original: o Conjunto Nacional
-que pelo plano da Secretaria
de Coordenação das Subprefeituras seria o único a conservar
o mosaico- e o edifício Anchieta, que fica em um trecho que
não será reformado, no último
quarteirão da via.
Antes do início das obras, em
23 de julho de 2007, o DPH
chegou a pedir que os outros 11
pontos também mantivessem o
desenho original, mas técnicos
das obras argumentaram que o
novo projeto traria acessibilidade a pedestres com deficiência física. A reforma avançou e a
discussão continuou.
Segundo o coordenador de
Obras da Secretaria das Subprefeituras, Angelo Méllio, o
DPH aceitou a intervenção em
seis dos imóveis e um acordo
foi fechado em março. Procurada para confirmar, a Secretaria
da Cultura, responsável pelo
DPH, não respondeu.
Além do colégio Rodrigues
Alves, o DPH teria escolhido
para ter o piso antigo a Casa das
Rosas, o parque Trianon e o
edifício Três Marias -nesses,
as obras foram concluídas. No
edifício Paulicéia, também contemplado, o mosaico está sendo
recolocado e, no casarão 1.919
da Paulista, isso ainda ocorrerá.
Ficarão sem o mosaico português o Masp, a casa dos Matarazzo e outros edifícios residenciais protegidos.
Colcha de retalhos
Em frente ao Paulicéia, onde
as obras ocorriam, um morador
reclamava. "Está errado. Se
queriam deixar, que fosse o original", disse Antonio Correia
Martinez, 91, morador do número 960 há 40 anos.
A estudante Bruna Lassabia,
19, que trabalha na Paulista, diz
que a avenida parece uma "colcha de retalhos". "Primeiro, ficou só um pedaço aberto com
areia, as pessoas achavam que
eram um "cinzeirão". Agora, colocaram pedras totalmente fora do padrão."
Segundo o coordenador de
Obras, a nova troca não aumentará o valor da obra -de R$ 8,12
milhões. Segundo ele, o contrato já previa novos mosaicos no
Conjunto Nacional.
Méllio diz que as obras nas
calçadas terminarão ainda neste mês e as do canteiro central,
em julho. O prazo inicial era
abril.
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