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Azulejos são atrativo em necrotério
DO "AGORA"
"A gente acha bom ficar aqui
porque tem azulejos nas paredes.
Pelo que dizem, aqui era o necrotério, mas eu não ligo", disse um
dos moradores que trabalham
nas obras do Carandiru e que deve se transformar num espaço de
lazer e cultura. O pedreiro pediu
para não ser identificado.
Também não permitiu que a reportagem fotografasse o local. A
parede da cela 5.236-E ostenta o
desenho de um duende em cima
de um pé de maconha, com as escrituras "Lado Leste - Favela Primavera". O morador daquele espaço, no entanto, vivia antes em
Francisco Morato (Grande SP).
Não conhece o Jardim Primavera
nem se atreve a pôr um cigarro de
maconha na boca.
O servente de pedreiro Geraldo
da Silva, 39, só está ali porque, se
tivesse de ir e voltar para casa, gastaria boa parte do salário (R$
350). "Moro longe e preciso pegar
trem e ônibus. Gastaria uns R$
150. Sobraria muito pouco para
sustentar minha mulher e meus
quatro filhos", disse o paraibano.
Distância maior enfrentaria seu
colega de cela. Ronicleuson Fernando, 21, mora em Suzano
(Grande SP). "Sobraria uma miséria. É preferível morar aqui, embora não seja um lugar muito
agradável."
(GBJr)
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