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Terapia com água termal reduz lesão
ENVIADA ESPECIAL A AVÈNE
Um tratamento à base de água
termal capaz de melhorar as inflamações e irritações na pele e diminuir o uso de corticóides tópicos.
É a proposta de uma terapia para
doenças da pele, especialmente
dermatite atópica e psoríase, desenvolvida na cidade de Avène
(sudoeste da França).
O tratamento dura três semanas
e custa 600 (além de hospedagem e passagem aérea). Devido
aos efeitos terapêuticos comprovados cientificamente, é custeado
pelo governo francês aos cidadãos
daquele país. A estação termal recebe pacientes do mundo todo,
inclusive brasileiros.
No Brasil, embora haja muitas
fontes termais, com diferentes tipos de mineral e temperatura,
não existe nenhuma dedicada exclusivamente a doenças da pele.
Também não há estudos científicos que demonstrem, de acordo
com as regras da medicina baseada em evidências, a eficiência do
tratamento, segundo o médico
termalista Marcos Untura Filho,
de Poços de Caldas (MG).
As propriedades da água de
Avène, rica em bicarbonato e silicato e com baixa minerabilidade,
são conhecidas desde o século 18,
mas só a partir de 1975 (quando o
grupo Pierre passou a administrar a fonte) é que passaram a ser
objeto de estudos científicos.
A água, que percorre a cadeia de
montanhas Cèvennes, demora
pelo menos 40 anos para chegar
até a fonte. Nesse percurso, torna-se rica em oligominerais (elementos ou substâncias químicas em
concentrações infinitesimais que
possuem ação medicamentosa).
Segundo o médico dermatologista francês Didier Guerrero, há
1.400 fontes termais no mundo. A
água de Avène, afirma ele, tem
propriedades calmantes, amaciantes e antiinflamatórias e é
ideal para o tratamento de eczemas e queimaduras.
Desde 1989, a água termal de
Avène é vendida em tubos de
spray a 130 países do mundo, inclusive o Brasil. Os preços variam
de R$ 22,11 (50 ml) a R$ 53 (300
ml). A estação de tratamento, que
funciona de abril a outubro, só recebe pacientes que já são acompanhados por dermatologistas.
Foi o caso da estudante brasileira Carolina Ohama, 11, portadora
de dermatite atópica desde os três
anos e que foi presenteada com o
tratamento na estação. A mãe,
Clélia, afirma que, com quatro
dias de tratamento, o rosto da menina, até então coberto de lesões,
começou a clarear. No final do
tratamento, há dez dias, as lesões
haviam desaparecido apenas com
a terapia à base de água termal.
O dermatologista que acompanha Ohama, Roberto Takaoka,
chefe do ambulatório de dermatite atópica do Hospital das Clínicas
de São Paulo, também se surpreendeu com os resultados:
"nunca a vi tão bem". Para ele,
tratar a dermatite de uma forma
natural é a melhor alternativa.
Estudos feitos pela estação mostraram que metade dos pacientes
que fizeram tratamento no local,
acompanhados durante seis meses após a terapia, relataram melhora dos sintomas no período.
Porém, por serem doenças crônicas, tanto a dermatite atópica
quanto a psoríase podem se manifestar a qualquer momento.
O tratamento na estação tem o
acompanhamento de um dermatologista. Para os adultos, os banhos de 20 minutos acontecem
em cabines individuais. Os banhos são seguidos de duchas e,
dependendo da doença, são utilizados produtos à base da água de
Avène e extratos de plantas. Para
auxiliar na cura, são aplicadas
massagens e a técnica do envelopamento (aplicação de cremes)
de partes do corpo.
A jornalista Cláudia Collucci viajou à
França a convite do grupo Pierre Fabre
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