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SAÚDE
Nova técnica de reconstituição dentária usa os corpúsculos para melhorar formação óssea da mandíbula
Plaqueta do sangue ajuda a formar osso
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma nova técnica de reconstituição dentária utiliza plaquetas
do sangue para conseguir a formação óssea da mandíbula de pacientes que perderam seus dentes
em acidentes, doenças periodontais, próteses removíveis mal
adaptadas, entre outros.
Devido à deficiência óssea do
local, geralmente não é possível fixar um implante. O novo método
utiliza PRP (Plasma Rico em Plaquetas), que contém uma alta
concentração de fatores de crescimento que aceleram e aumentam
a formação óssea do local onde o
implante será fixado.
A técnica é relativamente simples, feita no próprio consultório
dentário, com anestesia local. Durante a cirurgia, dentista e hematologista trabalham juntos.
O sangue do paciente passa por
uma centrífuga, em que são separadas as plaquetas, corpúsculos
responsáveis pelo processo de
coagulação do sangue. As plaquetas são misturadas com pó de osso (do próprio paciente ou biomateriais), formando um gel.
Esse gel é enxertado na mandíbula e servirá de matriz para a formação de um novo osso, originado pela ação das proteínas existentes nas plaquetas.
Segundo os dentistas, são várias
as vantagens da técnica, especialmente em relação ao tempo de recuperação do paciente e a improbabilidade de rejeição do enxerto.
Até então, o único caminho para se obter a reconstituição óssea
era um enxerto com um pedaço
de osso extraído da crista do ilíaco
(osso do quadril) ou da costela.
Mas o sucesso dessa cirurgia depende de vários fatores, como a
qualidade do tecido doado e a
vascularização da área receptora.
O procedimento também exige
internação, anestesia geral e pelo
menos um ano para a recuperação total do dente. Também pode
ocorrer complicações na área
doadora do osso.
A dentista Nerly Maria Luciano,
especialista em implantologia,
afirma que atendeu um paciente
que ficou temporariamente manco devido à cirurgia de enxerto
com osso do quadril. "É um processo muito traumático", afirma.
Segundo Aida Maria Custódio
de Lima, professora-assistente do
curso de implante da Fundecto,
uma fundação ligada à Faculdade
de Odontologia da USP, com o
uso do PRP, o tempo de recuperação do paciente foi reduzido pela
metade.
Ela afirma que o método não é
indicado para diabéticos, por causa da dificuldade de cicatrização, e
para pessoas que se submeteram
a quimioterapia ou radioterapia,
devido à deficiência numérica de
plaquetas no sangue.
Segundo o implantologista Nelson Thomaz Lascala Júnior, 43, o
PRP substitui totalmente o enxerto ósseo. Em alguns casos, afirma,
a necessidade óssea é maior e a
única solução é utilizar pedaço de
osso de outra parte do corpo.
O método que utiliza PRP ainda
é caro. Nos consultórios particulares, cada dente implantado custa, em média, R$ 3.000. Mas o preço pode variar conforme a técnica
de coleta do PRP utilizada.
A comerciante Leoni da Silva
Almeida, 37, utilizou o PRP em
abril de 2001 quando implantou
dois dentes localizados na parte
superior da boca. Os dentes originais haviam sido extraídos quando ela tinha 13 anos.
Com o tempo, porém, a arcada
dentária começou a mudar e, no
ano passado, sua dentista a aconselhou a tentar o implante usando
o PRP. "Até minha auto-estima
melhorou", afirma.
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