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CRISE NA USP
Volta às aulas esperada para amanhã na FFLCH pode não acontecer no curso, que terá novas assembléias
Alunos de letras tentarão manter greve
MARIANA VIVEIROS
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
A contratação de novos professores prometida pela reitoria, o
que determinou o fim da greve da
FFLCH-USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
da USP) na madrugada de quinta-feira, não foi suficiente para convencer todos os alunos do curso
de letras a voltar às aulas. Dos 528
estudantes presentes à assembléia
do curso na terça passada, que
precedeu a assembléia geral da
FFLCH, 385 votaram pela continuidade do movimento. Há cerca
de 5.700 alunos no curso.
A expectativa da direção da
FFLCH é que amanhã os estudantes voltem às salas em todos os
cursos. No de letras, isso pode não
acontecer. Os alunos marcaram
novas assembléias de manhã e à
noite para definir se mantêm, sozinhos, a greve na FFLCH.
Há também a proposta de fazer
seminários para discutir como será a reposição. "Não estar em greve não quer dizer ter aula. Precisamos de debates", afirma Henrique Kipper, 32, aluno da letras.
Como os novos professores só
começarão a trabalhar em 2003,
os problemas anteriores à greve
persistirão até o fim de 2002.
Para a professora Maria Augusta Fonseca, vice-chefe do departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, será preciso
paciência."Nada é mágico. Não se
criam condições do dia para a
noite", declarou.
Antes da greve, houve cerca de
dois meses de aula. A proposta
dos professores é continuar a lecionar do ponto em que pararam.
Parte dos alunos discorda e quer o
cancelamento do semestre.
Apesar de não ter a pior relação
aluno/professor, o curso de letras
da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
USP) foi, até agora, o que mais ganhou com a greve dos alunos
-que durou 106 dias e terminou
na última quarta-feira.
Dos 92 novos docentes que serão contratados para a unidade,
pelo menos 22 irão para departamentos vinculados à letras. Em
segundo lugar, fica o curso de história, que possui a pior relação
aluno/professor (51 para 1) e que
terá, em princípio, sete novos docentes.
A fatia de letras -primeiro curso a parar, em 29 de abril- representa 24% do total e pode aumentar, já que, dos contratados, 59
ainda serão distribuídos pelo
Conselho Técnico e Administrativo da FFLCH. O curso receberá
67% dos 33 professores que já têm
destinos predeterminados.
Na letras, a relação aluno/professor é de 32 para 1. Só com o ganho de 13% -representado pelos
22 professores já garantidos- a
nova relação será de 28 para 1. Alguns departamentos sofrem mais
com a falta de docentes. É o caso
do de letras orientais, em que disciplinas como japonês não foram
oferecidas por falta de professor.
A FFLCH tem a pior relação aluno/professor da USP: 35 para 1. A
média da universidade é de 14 para 1. Os alunos pediam 259 novos
docentes e a substituição automática dos professores aposentados.
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