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GUILHERMINA RIBEIRO DA SILVA
(1928-2010)
Dona Miúda do capim dourado
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Na comunidade quilombola de Mumbuca, na região
do Jalapão, no Tocantins, até
pouco tempo atrás não havia
geladeira nem fogão. A situação mudou quando a líder local começou a ensinar técnicas de artesanato com capim
dourado às mulheres de lá.
Guilhermina Ribeiro da
Silva, mais conhecida como
dona Miúda, por ser uma mulher pequenininha, foi a responsável pela iniciativa.
As bolsas e cestas produzidas no povoado se tornaram
conhecidas, passaram a ser
vendidas dentro e fora do
Brasil, e ajudaram Mumbuca
a melhorar de condição, como conta a filha Antônia.
No vilarejo, pertencente ao
município de Mateiros, há
uma lojinha da associação
onde os itens são vendidos. É
tudo à base do mato de cor
brilhante típico da região.
Dona Miúda começou a
trabalhar ainda criança,
quando aprendeu artesanato
com a mãe, dona Laurina,
descendente de índios.
Com Antônio Beato da Silva, um descendente de escravos que trabalhou como garimpeiro no Piauí, ela se casou e teve 11 filhos, sendo nove mulheres, todas artesãs.
Hoje, os moradores de
Mumbuca só botam o pão à
mesa se os turistas comprarem o capim dourado, diz a
família da líder do povoado.
Miúda costumava viajar
para divulgar os produtos.
Há poucos anos, ficou encantada ao conhecer o Rio de Janeiro e ver o mar pela primeira vez. "Foi até botar os pés
na água", lembra a filha.
Na quinta, ela morreu aos
82, após parada cardíaca. Tinha um tumor no fígado. Deixa netos e bisnetos. No velório esteve o governador do
TO, Carlos Gaguim (PMDB).
coluna.obituario@uol.com.br
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