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PF prende 22 traficantes em 6 Estados
Quadrilha é acusada de enviar cocaína para Europa e África; bando teria faturado R$ 28 milhões em dez meses
2,3 toneladas da droga foram apreendidas durante a investigação da PF; criminosos mantinham base em SP
CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Polícia Federal prendeu
ontem 22 pessoas numa operação contra suspeitos de integrar uma das principais organizações do tráfico internacional de drogas no Brasil.
As prisões ocorreram em São
Paulo, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraná e Rio Grande do Sul.
Outros 20 mandados de
prisão cumpridos eram relativos a criminosos que já estão presos no país.
O grupo tinha São Paulo
como base e era formado por
brasileiros, bolivianos, colombianos e europeus que
enviavam cocaína da Bolívia
para África e Europa. Nos últimos dez meses, a quadrilha
movimentou cerca de R$ 28
milhões, segundo a PF.
Até o fechamento desta
edição, um brasileiro estava
foragido. Sete estrangeiros
constavam ainda da relação
pessoas a serem presas e passaram a figurar na lista de
procurados da Interpol.
Em 18 meses de investigação, com a ajuda de polícias
de países da América Latina
e da Europa, foram apreendidas 2,3 toneladas de cocaína,
R$ 500 mil em dinheiro, granadas antitanque e outras armas, além de dois aviões.
A organização se dividia
em quatro células, segundo a
PF: os fornecedores da cocaína na Bolívia, os compradores (traficantes brasileiros e
estrangeiros), a coordenação
do grupo no Brasil e a rede de
colaboradores, responsável
pelo transporte e armazenamento da droga.
Segundo a polícia, o esquema no Brasil era coordenado por um assessor parlamentar de Pereira Barreto
(623 km de SP), cujo nome a
PF não divulgou. Ele seria
um dos poucos da quadrilha
que conhecia todo o funcionamento da rede.
Foi preso também o dono
de uma revenda de carros em
SP, que seria o responsável
pelo transporte da cocaína.
CAMINHO
A droga chegava ao Brasil
escondida na fuselagem e
nas asas de aviões, que usavam pistas clandestinas de
pouso. Em seguida, a cocaína era transportada de caminhão para depósitos em SP.
Parte da droga era refinada e vendida no mercado interno. Outra parte era enviada de navio para a Europa e países africanos.
A PF não tem detalhes sobre como a droga era enviada
para o exterior, e identificou
apenas um ponto de saída: o
porto de Rio Grande (RS), onde foram apreendidos cerca
de 500 kg de cocaína. Para a
PF, este grupo não tem ligação com nenhum cartel nem
com as recentes apreensões
de droga saída do Brasil para
Portugal e Itália.
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