|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Tráfico começa a priorizar países europeus
TARSO ARAUJO
DE SÃO PAULO
A quadrilha presa pela
Operação Deserto atuava na
rota que mais cresce do mercado global de drogas ilícitas, o de cocaína boliviana
para o mercado europeu.
Na última década, ela vem
substituindo a importância
econômica da conexão para
os EUA. Enquanto o valor do
mercado europeu de cocaína
cresceu 142% entre 2000 e
2009, segundo o Escritório
de Drogas e Crime das Nações Unidas, o americano diminuiu. Com a desvalorização do dólar desde a crise
global de 2008, o valor atual
dos dois é quase o mesmo, na
casa de US$ 35 bilhões.
Ao mesmo tempo, o consumo nos EUA caiu e o da Comunidade Europeia dobrou
(de 0,6% para 1,2% da população, entre 1998 e 2008).
O grama de cocaína pura
sai, em média, por US$ 27 nos
EUA e US$ 60 na Europa, segundo a estimativa mais recente da ONU.
Essa é a justificativa econômica para que até colombianos, como os dois líderes
da quadrilha presa pela PF,
venham investir na conexão
Bolívia-Europa. A outra são
as facilidades logísticas.
A droga saída de lá para o
mercado do euro passa pelo
Brasil, com seus 3.400 mil
quilômetros de fronteiras, a
maior parte deles na Amazônia, onde a fiscalização é difícil devido ao acesso.
Em território nacional, por
meio de traficantes locais, a
droga geralmente sai de MT
ou MS para SP e Rio.
Texto Anterior: Tiroteio com traficantes mata dois policiais no AM Próximo Texto: Zelador afirma ter assassinado ex-ministro do TSE por "medo" Índice | Comunicar Erros
|