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Zelador afirma ter assassinado
ex-ministro do TSE por "medo"
Alves nega, porém, que ele e amigo tenham dado 73 facadas
DE BRASÍLIA
O ex-zelador Leonardo
Campos Alves, 44, disse ter
matado o ex-ministro do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral)
José Guilherme Villela, 73, a
mulher dele Maria Carvalho,
69, e a empregada Francisca
da Silva, 58, por "medo de ser
reconhecido".
Alves, que trabalhou 15
anos no prédio onde morava
a família, foi apresentado ontem pela Polícia Civil do Distrito Federal, que o prendeu
em Minas Gerais.
Ele contou que entrou no
apartamento do casal com
um comparsa, Paulo Cardoso, "somente para roubar".
Essa é a terceira versão
apresentada pela polícia desde o assassinato, em agosto
do ano passado. A polícia admite que cometeu falhas durante a apuração e o Ministério Público reclamou de não
ter acompanhado a última
etapa da investigação.
A polícia admite que há lacunas no relato de Alves.
Ele afirmou que deixou a
porta aberta após o crime,
mas a perícia diz que estava
trancada. Alves disse ainda
que usou duas facas da cozinha para matar as vítimas e
que as deixou perto dos corpos. A polícia até hoje não localizou a arma do crime.
Além disso, Alves nega
que ele e o amigo tenham dado as 73 facadas que a perícia
identificou nos corpos.
"Creio que foi mais gente lá,
pela quantidade de facadas
desferidas. Não foi feito esse
volume de facadas por nós."
O ex-zelador disse que a filha do casal, Adriana Villela,
até então a principal suspeita
do crime, não tinha boa relação com os pais. Afirmou ainda que já viu a neta Carolina
Villela-que encontrou os
corpos- bater na avó.
A defesa de Adriana e Carolina nega. "Não tem fundamento. Carolina era o xodó
dos avós", disse o advogado
Rodrigo Alencastro.
Alves disse que ele e o amigo agiram sozinhos. Por volta
das 19h, eles entraram no
prédio por uma porta que estava aberta e esperaram no
sexto andar pela chegada da
família. O primeiro a aparecer foi José Guilherme, atacado quando abria a porta.
Em seguida, Maria Carvalho entrou e foi rendida, oferecendo joias, dinheiro e cheques. "O que ela deu, a gente
aceitou", disse, contando
que levou cerca de R$ 10 mil
em joias e US$ 27 mil. Mesmo
assim ela foi assassinada.
Na saída, segundo Alves,
os dois encontraram Francisca e a mataram perto da porta
do apartamento.
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