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Escolas de hoje valorizam mais o "rebelde"
DA REVISTA
A discussão rebeldia versus submissão se aplica também à educação. Como formar pessoas ousadas, críticas e que sejam ao mesmo
tempo capazes de aceitar regras e trabalhar em equipe?
É uma equação complicada, garantem os especialistas. "A tendência na educação hoje é valorizar o estudante rebelde, embora esse
adjetivo seja suavizado e trocado por questionador, contestador", diz o psicólogo José Ernesto Bologna, 54.
A psicopedagoga Nívea
Carvalho Fabrício, 50, concorda. "Os professores
acham que valorizam o obediente, mas dão mais crédito
ao contestador." Para Nívea,
"barrichellos" e "romários"
têm as mesmas características: baixa auto-estima, desconfiança, carência e timidez, "camuflada" no caso
dos rebeldes.
Em casa, pais com perfis
específicos tendem a estimular que os filhos sigam a
mesma linha. A publicitária
Tânia Regina Janpaulo, 42,
incentiva a filha Beatriz, 13, a
adotar comportamento contestador. Pais de "espírito
romário", Tânia e o marido
acham que se o jovem não tiver postura agressiva, "não
conseguirá nada na vida".
Já os Seixas da Silva lembram a "família scolari": regrados, obedientes e imbuídos de espírito de grupo. A
pediatra Maria Conceição,
51, se orgulha dos filhos Luana, 13, e Edson, 12. "Não gostam de farra, dizem que preferem ficar com os pais do
que com os amigos. Nunca
nos desobedecem."
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