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Promotoria pede prisão de reitor no ABC
Dirigente é acusado de usar dinheiro do Centro Universitário Fundação Santo André para fazer turismo no Nordeste
Promotores querem a prisão de Odair Bermelho, acusado de ter falsificado notas fiscais e usar a verba; advogado do reitor nega as acusações
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu ontem
à Justiça a prisão preventiva de
Odair Bermelho, reitor do Centro Universitário Fundação
Santo André, uma das instituições de ensino mais tradicionais da Grande São Paulo.
Ao mesmo tempo, apresentou uma denúncia em que acusa Bermelho de falsificar notas
fiscais e de utilizar dinheiro do
centro universitário em proveito pessoal. O advogado Sérgio
Salomão Shecaira, que defende
o reitor, nega as acusações.
As acusações se referem a
uma viagem que ele fez ao Nordeste em 2005 para participar
de dois congressos. Segundo os
promotores, ele esteve em Fortaleza, mas não compareceu ao
evento. Logo depois, foi para
São Luís, com o objetivo de participar de uma jornada de educação que, segundo os promotores, nunca existiu.
As despesas somaram
R$ 18 mil e foram pagas pelo
centro universitário. "Na realidade, ele fez turismo à custa da
fundação", diz Roberto Wider
Filho, promotor do grupo especializado no combate ao crime
organizado.
O Ministério Público começou a investigar o reitor em
abril, quando recebeu, numa
denúncia anônima, toda a prestação de contas daquela viagem. Os promotores constataram que recibos de jantares tiveram os valores adulterados,
que o reitor esteve no interior
do Ceará e do Maranhão nos
dias em que deveria estar nos
congressos, que várias notas
fiscais de táxi foram assinadas
por uma mesma pessoa e que o
comprovante de participação
na Jornada de Educação do
Maranhão era falso.
De acordo com os promotores, a prisão preventiva foi pedida para impedir que o reitor
fuja e para garantir que funcionários do centro universitário
que servirão de testemunha
não sejam pressionadas por ele.
Na denúncia, o Ministério
Público pede que um auditor e
um ex-pró-reitor da instituição
também sejam processados.
Segundo a ação levada à Justiça, os três "formaram verdadeira organização criminosa".
Na sexta passada, a Curadoria de Fundações do Ministério
Público havia apresentado outra denúncia, pedindo o afastamento de Bermelho do cargo.
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