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Ex-chefe-de-gabinete diz ser vítima de vingança
Rogério Lopes foi acusado de cobrar propina de empresas
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-chefe-de-gabinete da
Subprefeitura da Mooca, Rogério Lopes, 54, exonerado pelo
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) no dia 15, disse ontem
"ser vítima de uma vingança".
Ele afirmou ainda que foi por
esse motivo que seu nome foi
envolvido na investigação da
polícia que apontou a existência de uma quadrilha acusada
de cobrar propina de empreendimentos na zona leste.
No dia 11, cinco funcionários
da Subprefeitura da Mooca foram presos sob acusação de integrar duas quadrilhas que usavam a infra-estrutura do órgão
municipal para, além de exigir
propina de empreendimentos
imobiliários, também extorquir dinheiro de camelôs ilegais. A estimativa é que o
lucro do grupo fosse de cerca de
R$ 1 milhão por mês.
Para chegar ao nome de Lopes, que é engenheiro e administrador de empresas, a Promotoria e a polícia ouviram o
depoimento de Marcos Medeiros da Silva, agente de apoio fiscal preso em abril, também sob
acusação de extorsão contra
comerciantes da zona leste.
Silva foi solto em maio e acusou Lopes de receber R$ 34 mil
de empreendimentos imobiliários para não fiscalizar propagandas ilegais desse setor.
Lopes trabalhou na subprefeitura durante três anos e, no
período, cerca de 15 agentes foram afastados de seus cargos.
Para o ex-chefe-de-gabinete,
Silva está "querendo justamente prejudicar quem o colocou
na cadeia da outra vez", disse.
"O cara foi preso em flagrante,
extorquindo comerciante."
O ex-chefe-de-gabinete afirmou que seu serviço na subprefeitura era apenas interno.
"Não passa nenhum processo
por mim de questão de placa
imobiliária ou de Cidade Limpa. Meu nome está indo para a
lama", disse.
Lopes também afirmou que a
sua saída da Subprefeitura da
Mooca ocorreu porque ele
acredita que o órgão "precisa de
polícia nesse momento".
"Minha função nunca foi de
correr atrás de ambulante nem
de cuidar de fiscalização de placa nem de fiscalização de faixa."
Lopes entregou sua carta de
demissão ao subprefeito da
Mooca, Eduardo Odlak, no último dia 15 de julho. No documento, ele disse que "a subprefeitura passa por um momento
que exige no cargo [chefe-de-gabinete] um técnico de maior
experiência em questões de auditoria e averiguações."
Mas, no dia 16, o "Diário Oficial" da cidade publicou a portaria n.º 1.320, na qual Kassab o
exonerou do cargo.
Lopes disse que vai pedir a
retificação da portaria "porque
ele não foi demitido, mas, sim,
pediu para sair".
(AC e ES)
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