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Esforço pessoal não basta para a cura
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos conceitos errados
apreendidos por pacientes é achar
que para combater a depressão
basta esforço pessoal, diz Doris
Hupfeld Moreno, médica assistente do Instituto de Psiquiatria
da Universidade de São Paulo.
"Existe necessidade de lutar, faz
parte, mas isso dentro de um contexto terapêutico", afirma.
A idéia de que depressão cura
sozinha é imprecisa, afirma Moreno. A doença é naturalmente cíclica. Mas uma crise pode demorar semanas ou anos. É imprevisível. Em média, fica instalada por
um ano, diz.
De acordo com a psiquiatra,
uma das principais preocupações
de pacientes em relação a remédios é uma possível mudança de
personalidade. "Não há verdade
nisso." Segundo Antônio Geraldo
da Silva, presidente da residência
médica em Psiquiatria da UnB
(Universidade de Brasília), quem
tem uma personalidade depressiva não melhora com remédios.
Caso o paciente sinta-se incomodado, a psicoterapia pode ajudá-lo a conviver melhor com o "jeito
de ser", afirma.
Moreno aponta ainda que, ao
contrário do que muitos pacientes e familiares pensam, remédios
para a depressão não viciam.
Confundem com tranquilizantes,
que têm esse poder.
"Antidepressivos são medicamentos controlados, não de tarja
preta. Seguros para anos a fio, justamente porque sabe-se que a
doença pode se tornar crônica",
afirma Moreno.
Recuperação
A psiquiatria considera que
uma pessoa está recuperada da
depressão se, passados oito meses, o paciente não apresenta nenhum sintoma.
A melhora que pode ocorrer
nos primeiros meses de tratamento (dois a quatro meses) é
considerada uma remissão.
"Significa simplesmente que o
paciente saiu do quadro. Mas ainda não recuperou a capacidade de
relacionamento", declara Doris
Moreno.
(FL)
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