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Paciente chegou a casar para se sentir melhor
DA REPORTAGEM LOCAL
Houve um período em
que Fátima acordava "com
vontade de não acordar",
"de sumir para onde não
existisse ninguém". Sentia
dores em todas as partes do
corpo, sofria de síndrome do
pânico, de sudorese, de taquicardia, "de tudo".
Entrava em pânico só de
ouvir uma freada de carro,
ou ficava "travada" só de
sentar ao volante.
Faz três anos que Maria de
Fátima Silva Almeida, 33,
vem tomando antidepressivos. Hoje, trabalha num escritório, dirige e está cursando enfermagem.
A doença só foi diagnosticada depois de dois anos.
"Era um mal-estar tão generalizado que eu passei por
clínico geral, cardiologista,
ginecologista", ela conta.
"Fiz todos os exames, não
deu nada." Chegou a se casar
na esperança de se sentir
melhor. Depois que melhorou, o casamento acabou.
O primeiro médico que
diagnosticou depressão retirou a medicação assim que
ela se sentiu melhor. "Fiquei
pior ainda", diz. Foi seu psiquiatra, com o qual continua
em tratamento, que manteve uma medicação contínua.
Os médicos alertam que a
solução para a depressão pode estar na psicoterapia,
"mas o ideal é uma combinação do remédio com práticas psicoterápicas", diz o
psiquiatra Luiz Alberto Hetem, professor da pós-graduação em saúde mental da
Faculdade de Medicina da
USP de Ribeirão Preto.
Ele acha que a psicoterapia
clássica deve ser associada a
uma psico-orientação, informando o paciente sobre a
doença e a importância do
tratamento continuado.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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