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URBANISMO
Em dois anos, a meta é trocar 80% das luzes da cidade por lâmpadas de vapor de sódio, que economiza mais energia
Dinheiro chega, e São Paulo ganha nova iluminação
DA REPORTAGEM LOCAL
A nova iluminação da praça da
Sé, inaugurada no dia 2, tornou
mais claro o espaço no centro de
São Paulo e revelou uma pequena
parte do plano do Departamento
de Iluminação Pública da prefeitura, o Ilume.
Segundo o diretor do departamento, Aurélio Pavão de Farias, a
meta é, em dois anos, trocar cerca
de 80% das 525 mil lâmpadas da
cidade, iluminar 40 mil pontos de
escuridão da periferia e realçar
prédios históricos do centro e
avenidas como a Paulista.
O problema é que até este mês
havia muita idéia e pouco recurso.
O que havia disponível foi usado
em projetos pontuais, como o da
Sé e o da avenida dos Bandeirantes, na zona sul. Nos próximos
dois meses, porém, a situação se
inverterá. Verba de três fontes diferentes começa a chegar aos cofres do Ilume a partir de maio.
A primeira fonte de recursos será a do Projeto Reluz -linha de
financiamento da Eletrobrás para
prefeituras, cujo objetivo é a troca
de todas as lâmpadas de vapor de
mercúrio usadas nas vias públicas
por outras de sódio, que iluminam mais e economizam energia.
Há dois anos, a prefeitura negocia a liberação de R$ 151 milhões,
o suficiente para trocar 420 mil
lâmpadas. O financiamento, no
entanto, é realizado por intermédio da concessionária de energia
que atua no município. Como a
prefeitura deve R$ 400 milhões à
Eletropaulo, a assinatura do convênio só saiu agora após um acerto da dívida, em outubro passado.
Com isso, a expectativa é que a
verba seja liberada em maio.
O outro recurso esperado pelo
Ilume é o da mais nova taxa criada
pela prefeitura, a da iluminação
pública -que deverá começar a
ser cobrada em junho. A previsão
de arrecadação, feita em janeiro,
era de R$ 167,5 milhões neste ano.
Imóveis residenciais pagarão R$
3,50 por mês, e não-residenciais,
R$ 11.
Segundo Farias, esse dinheiro
servirá para a manutenção e modernização do sistema, além de
ajudar a iluminar os 40 mil pontos
de escuridão da periferia.
A terceira fonte de recursos é o
financiamento aprovado pelo
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a prefeitura paulistana revitalizar o centro
histórico. O convênio deverá ser
assinado em maio, com liberação
de parte da verba de US$ 180 milhões (R$ 540 milhões).
De acordo com Farias, a iluminação pública ficaria com cerca
de R$ 11 milhões desse monte. Isso seria suficiente para trocar
3.000 lâmpadas do centro e instalar iluminação cênica em prédios
e em espaços especiais como o vale do Anhangabaú.
"A iluminação está ligada à segurança pública, à melhoria do
potencial turístico, ao embelezamento e à qualidade de vida", diz.
Clima histórico
Deixar o centro de São Paulo
amarelado, tom predominante da
lâmpada de vapor de sódio, ressalta o clima histórico da região.
Mas nem todos os espaços da cidade ficam mais valorizados pela
lâmpada, que hoje é adotada em
larga escala por prefeituras de várias cidades brasileiras.
Segundo o diretor do Ilume, o
vapor de sódio traz inúmeras vantagens, mas a identificação das
cores nas regiões iluminadas com
essas lâmpadas fica prejudicado.
"As de sódio têm apenas essa
desvantagem, que é quase imperceptível", diz. As vantagens, segundo Farias, são ganho em 50%
de luminosidade e economia de
30% no consumo de energia.
Para se ter uma idéia, a luminária da avenida Paulista, em formato de trevo, tem 16 lâmpadas de
400 watts de vapor de mercúrio.
Quando forem trocadas, serão
necessárias apenas duas lâmpadas de 600 watts de vapor de sódio
para obter efeito melhor.
A troca das 956 lâmpadas de vapor de mercúrio da avenida dos
Bandeirantes (zona sul) por 468
de sódio levou a um ganho de
56% de luminosidade e economia
de 50% no consumo de energia
-o equivalente a R$ 120 mil por
ano aos cofres públicos.
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