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TRÂNSITO
Rodovias estaduais da região estão mal conservadas
Uma pessoa morre a cada cinco dias nas estradas de Campinas
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
RICARDO LIMA
REPÓRTER FOTOGRÁFICO
A cada cinco dias, uma pessoa
morre vítima de acidente em quatro rodovias secundárias da região de Campinas administradas
pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem).
Nelas, o departamento registrou no primeiro semestre deste
ano 595 acidentes e 34 mortes. As
rodovias são a SP-101, a SP-127, a
SP-308 e a SP-63.
Na última sexta-feira, a Folha
percorreu as quatro estradas,
além das rodovias Luiz de Queiroz (SP-304) e a SP-113, que liga
Rafard a Tietê. Ambas também
são consideradas críticas. As estatísticas dos acidentes registrados
nessas estradas não foram divulgadas pelo DER.
O departamento informou, por
meio da assessoria, que está cumprindo o cronograma de obras de
recuperação e manutenção das
rodovias. A viagem da Folha teve
início na Luiz de Queiroz.
Para a Polícia Rodoviária, a neblina e a imprudência dos motoristas são as principais responsáveis pelos acidentes. A condição
das estradas? Para a Polícia Rodoviária, o estado é bom.
No entanto não foi preciso andar mais de dois quilômetros para
encontrar o primeiro buraco,
próximo ao km 155, no sentido de
quem vai de Piracicaba à rodovia
Anhanguera. Outras falhas na
pista e no acostamento foram encontradas no trecho de 25 km rodados na Luiz de Queiroz.
Há placas indicando a presença
de radares na rodovia, mas poucas que informam qual é a velocidade máxima permitida -110
km/h para carros e 90 km/h para
caminhões e ônibus.
Parado na pista
No sentido Piracicaba, um caminhão parado, quase no meio da
pista. O veículo do caminhoneiro
Antônio Tarciso da Silva, 48, de
Ourinhos (SP), quebrou quando
ele transportava cerca de 30 litros
de produto químico.
"Tem muito buraco na pista.
Tenho medo de perder o controle
do caminhão. Além disso, estraga
todo o amortecedor do veículo."
"Passei aqui há um ano e meio e
piorou bastante a condição da rodovia", disse Silva, caminhoneiro
há 28 anos.
O ponto mais crítico da viagem
foi a passagem pela SP-101, que liga Campinas à SP-127.
Partindo da rodovia que liga Piracicaba a Tietê, há um grande
trecho sem acostamento, faixa e
placas de sinalização.
"Tive que parar aqui e pedir ajuda para me orientar porque não vi
nenhuma placa na rodovia", afirmou o caminhoneiro de Campinas Davi Magnusson, 33.
Quando as placas começam a
aparecer, o motorista tem de fazer
esforço para vê-las -estão no
meio do alto matagal da margem.
Da SP-101, a Folha também trafegou pela SP-113, que liga Rafard
a Tietê. São 14 quilômetros de recapeamento novo. Mas uma placa avisa aos motoristas: "pista
sem sinalização". À noite, os riscos de acidentes se multiplicam.
Além dos problemas de falta de
conservação das estradas, a imprudência dos motoristas também causam acidentes. A reportagem flagrou pelo menos cinco
ultrapassagens perigosas.
DER
O DER informou, por meio da
assessoria de imprensa, que a sinalização atual da SP-101 é emergencial devido às obras no local.
O departamento informou, ainda, que há placas de alerta da situação da rodovia aos motoristas
e que, no próximo mês de agosto,
todas as obras na SP-101 devem
estar concluídas.
O governo do Estado anunciou
recentemente a duplicação de oito quilômetros da SP-308, a Rodovia do Açúcar -a obra será do
km 161,98 ao 153,3.
Sobre a SP-63, a assessoria do
DER informou que as obras de recuperação dos cerca de 55 quilômetros da rodovia serão iniciadas
no próximo mês pelo governo.
Segundo a assessoria do órgão,
as obras incluem a melhoria do
pavimento da pista, a pavimentação dos acostamentos, além da
construção e adequação dos acessos à rodovia.
As obras estão avaliadas em cerca de R$ 16,7 milhões. O prazo
previsto para a execução delas é
de 12 meses.
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