São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2008

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Outro lado

SP diz que indicado passa por crivo técnico

Governo afirma que dirigentes serão submetidos a teste de proficiência e, caso não sejam aprovados, podem até perder o cargo

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, afirma que as indicações apresentadas por políticos aliados são encaminhadas normalmente, mas que todas as nomeações de dirigentes de ensino passam antes pelo crivo da área técnica da Secretaria da Educação.
A Casa Civil, de acordo com o secretário, envia os currículos apresentados à Educação, que decide se aceita ou não o nome indicado pelo político.
De acordo com o secretário, que se manifestou por meio de assessores, recentemente a Educação recusou "três ou quatro nomes" indicados.
Além disso, segundo ele, há uma orientação do governo para que haja critérios objetivos na escolha e na manutenção de pessoas em postos-chave de livre nomeação do Executivo.
Por meio de nota, a secretária de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou que a troca de dirigentes de ensino ocorre sempre após "avaliação técnica".
O governo José Serra (PSDB) anunciou que vai aplicar provas de proficiência para os atuais dirigentes de ensino, assim como para os ocupantes de outros cargos de confiança.
Os que não forem aprovados na prova terão de freqüentar cursos de aperfeiçoamento, segundo o governo, e correm o risco de perder o cargo.
Titular da Educação durante o governo Geraldo Alckmin (PSDB), Gabriel Chalita diz que políticos "de diversos partidos" buscavam o governo para tentar indicar nomes.
"Mas todas as vezes selecionávamos de três a seis nomes para entrevista na secretaria, da qual participavam o chefe-de-gabinete, um coordenador e técnicos", disse.
Chalita afirmou que as indicações de políticos eram interessantes para identificar quais educadores tinham liderança regional, o que indicava uma boa característica para assumir o posto de dirigente. "Mas a última palavra era técnica."
Chalita afirmou que não seguiu o modelo de provas, implementado por Covas, porque havia o risco de os exames apontarem "apenas burocratas" para os postos.
"Até gosto daquele modelo, mas não encontramos como aplicá-lo bem", disse.
Titular da Educação do governo Cláudio Lembo (DEM) e do início da gestão Serra, Maria Lúcia Marcondes Carvalho Vasconcelos não respondeu aos pedidos de entrevistas.


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